MST protesta em frente ao STF contra privilégios do Judiciário
Ação foi feita pelo Grupo de Agitação e Propaganda do movimento e também denunciou prisão política de Lula
Militantes vestiram roupas de praia em alusão aos 195 dias de folga a que os magistérios têm direito / Divulgação |
Militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram, nesta sexta-feira (20), uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, para denunciar os privilégios do Poder Judiciário no país.
A ação foi feita pelo Grupo de Agitação e Propaganda do MST, que também atuou no terminal rodoviário da capital federal. Os militantes se reuniram na frente da Corte com cartazes e fizeram uma intervenção teatral, vestidos de roupa de praia, em alusão ao período de dois meses que os juízes têm de férias todos os anos.
Jailma Lopes, que integra a brigada Carlos Marighella, do MST, explica que o objetivo da ação foi de chamar a atenção para os benefícios e regalias dos juízes.
"O poder judiciário, que é antidemocrático e que é muito caro para o povo brasileiro, tem cometido várias arbitrariedades e está rasgando a Constituição desde o golpe contra a presidenta Dilma [Rousseff]", afirma a militante.
A despesa do governo federal com o auxílio-moradia de magistrados e procuradores já atingiu quase R$ 1 bilhão neste ano. O valor do auxílio chega a R$ 4.378 mensais. O benefício está em discussão há quatro anos no STF e vai ser avaliado pelo ministro Luiz Fux.
Os magistrados também têm direito a 195 dias de folga, ou seja 53% dos dias do ano, entre recesso, férias, feriados e finais de semana.
A ação também divulgou a realização da marcha nacional do MST em Brasília entre os dias 10 e 15 de agosto, data em que será realizado o registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República, explica Lopes.
"A marcha tem o objetivo de passar pelas cidades, diante do povo brasileiro, e denunciar a prisão política de Lula e denunciar as arbitrariedades desse processo golpista contra o povo brasileiro".
Lula está preso há mais de 100 dias na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Edição: Diego Sartorato
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