MP acusa promotor que denunciou Carone e Nilton Monteiro por enriquecimento irregular; terá de devolver mais de R$ 228 mil

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Em 12 de novembro de 2013, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) denunciou o jornalista Marco Aurélio Aurélio e o ex-lobista Nílton Antônio Monteiro por por formação de quadrilha, falsificação de documento público, falsidade ideológica, fraude processual e denunciação caluniosa.
Nilton delatou à Policia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF) os esquemas das listas do Mourão – o mensalão tucano, ou mineiro – e de Furnas, que são comprovadamente verdadeiras.
Carone editava o site NovoJornal, o único veículo em Minas que não se curvou à censura comandada pela então toda poderosa Andrea Neves durante os governos do irmão, Aécio Neves,  e de Antônio Anastasia, ambos do PSDB.

O promotor André Luiz Garcia de Pinho,  da Promotoria de Combate ao Crime Organizado do MPMG,  acusou Nilton de “midas da falsificação” e “chefe de quadrilha” e Carone, de “relações públicas do bando” e o NovoJornal de atuar  “como verdadeiro balcão para intimidação e desmoralização das vítimas da quadrilha”.
Carone ficou preso preventivamente de 20 de janeiro a 4 de novembro de 2014. Nilton , de maio de 2013  a 4 novembro de 2014.
Mas, como a função da verdade é aparecer, curiosamente o alvo agora é o próprio promotor  André Luís Garcia de Pinho.
Nesta segunda-feira (30/07), o Conselho do Ministério Público de Minas Gerais julga-o  por excesso de faltas no trabalho, abandonar procedimentos sob sua responsabilidade e desobediência a determinações superiores.
Em 23  de abril de 2018, o MPMG, através da Promotoria  de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte, entrou com uma ação civil de ressarcimento de danos ao erário contra o promotor Pinho.
Motivo: nos anos de 2014, 2015 e 2016, o promotor Pinho faltou 195 dias ao trabalho sem justificativa; no mesmo período,  durante  198 dias, ele  permaneceu no trabalho menos que as quatro horas mínimas exigidas.
Segundo a ação do MPMG (na íntegra, ao final), apesar das ausências ao trabalho, o promotor era acompanhado permanentemente por escolta:
Para o MPMG, o promotor se enriqueceu de forma irregular em detrimento do erário, já que recebia todo mês o  salário integral:
Após a abertura de sindicância administrativa, seguida da instauração de inquérito civil, o MPMG entrou com ação civil pública contra o promotor André Pinho, requerendo que ele ressarça o erário do Estado de Minas em R$ 228.350,01 (valores atualizados até abril de 2018), entre outras  exigências:
CARONE E NILTON MONTEIRO SÃO INOCENTES, AFIRMAM OS INVESTIGADORES
Em função do julgamento desta tarde,  Carone relembra que ele e Nilton foram vítimas do promotor.
“O que eu fazia era publicar denúncias do Nilton Monteiro, que estão se comprovando verdadeiras”, observa.
Três semanas antes de ser preso, em janeiro de 2014, Carone denunciou André Pinho numa reportagem, mostrando que o promotor havia forjado provas contra o irmão, o advogado Marco Antônio Pinho, para poder prendê-lo e tomar-lhe todos os bens.
“Um negócio horroroso, mesmo. O irmão foi para a cadeia, a vida dele acabou”, frisa Carone. “Na época, o caso era de amplo conhecimento do Ministério Público”.
Enquanto isso, as investigações conduzidas nos últimos dois anos pela equipe do delegado Rodrigo Bossi, da Polícia Civil de Minas, demonstraram que Carone Nílton Monteiro são inocentes.
Para os investigadores,  os dois foram vítimas de uma organização criminosa que operou em Minas para perseguição política, envolvendo o esquema do senador Aécio Neves (PSDB)  e seus tentáculos no sistema de Justiça  do Estado.
E, agora?
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