Candidatura de Lula, um acerto espetacular do PT, cresce com as injustiças

Jornalistas Livres
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por Mauro Lopes - no 247 - 11/07/2018

Tudo o que estamos assistindo no país hoje comprova que Lula e o PT acertaram em cheio ao lançar e sustentar a candidatura do ex-presidente.

O partido -e Lula- mantiveram-se firmes:

1) contra toda a ofensiva da direita, que atacou a decisão, procurou descartar Lula deixando-o de fora das pesquisas (depois recuaram, pelo menos os institutos mais significativos), ignorando-o no noticiário e a montanha de fake news plantada diariamente anunciando que o partido estaria (isso se mantém até agora) prestes a lançar-se num "plano B" ou apoiar o candidato de outro partido.

2) contra toda a ofensiva de segmentos da esquerda, que se dividiram em dois grupos:


2.1 O grupo dos que tiveram uma análise equivocada, considerando que a estratégia do golpe de colocar Lula fora do centro da vida política nacional seria bem sucedida. Para esses, era um "suicídio" manter a candidatura de Lula, que levaria o PT para o gueto, para o isolamento e condenaria a esquerda a uma retumbante derrota em outubro. Os mesmos analistas acusaram Lula duramente de estar completamente egocentrado, olhando para seu umbigo.

2.2 O grupo dos oportunistas que na verdade desejam que a esquerda marche com Ciro Gomes, imaginando que ele poderá unificar a oposição ao golpe e fazer um governo de centro-esquerda. Esse grupo (ao qual se somam boa parte dos integrantes do primeiro) criou um "Ciro paralelo" ao do mundo real. O candidato do PDT só tem olhos para a aliança com o DEM e o centrão, ignora Lula -a ponto de soltar uma nota sobre os episódios do último domingo sem sequer esboçar a defesa do ex-presidente- e dá sinais de adesão ao programa neoliberal, tanto que ignorou solenemente a notícia da concretização da venda da Embraer.

Pois bem. O que temos hoje?

Nem é preciso falar do fracasso dos analistas e estrategistas da direita e destes segmentos da esquerda que previam que o nome de Lula iria murchar rapidamente nas pesquisas eleitorais depois da prisão, visto pelo eleitorado "realista" (na visão deles) como carta fora do baralho. Aconteceu o contrário.

E o que vimos neste domingo histórico? O país ficou com a respiração suspensa com a possibilidade de libertação de Lula: uma parte, os golpistas, desesperados ao imaginar o efeito da presença do maior líder político da história nas ruas; outra parte com o coração na boca, numa alegria contida, numa energia que atravessou o território nacional e mesmo muitos cantos do planeta, à espera.

Eles conseguiram manter Lula preso, mas foi uma derrota política retumbante para o golpe.

O país todo (a esquerda e a direita) tem olhos e ouvidos voltados para uma pequena cela em Curitiba.

Da cadeia, ele e o que acontece ao seu redor dão o ritmo do Brasil.

Imaginem se o PT tivesse baixado a guarda aos golpistas e dado ouvido ao canto da sereia de segmentos da esquerda derrotistas ou malandros e desistido da candidatura de Lula. Onde estaríamos?

O nome de Lula estará na urna eletrônica? Difícil dizer.

Mas está claro que sua candidatura carrega, neste momento, a esperança do Brasil.

O PT e ele estiveram e estão certos.

Lula lá, de novo.


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