Áudio mostra tom de ameaça da Lava Jato contra testemunha



 Os procuradores da Operação Lava Jato afirmaram que não coagiram a ex-cozinheira do sítio de Atibaia, acompanhada de seu filho de 8 anos. O juiz Sérgio Moro também ignorou a acusação da testemunha. Agora, um novo áudio revela que procuradores tiveram uma abordagem com ameaça a outra testemunha do sítio de Atibaia.
Os procuradores e/ou delegados da Polícia Federal não são identificados no áudio, apenas a testemunha, indicada pelo nome de Edvaldo. O pedreiro já havia relatado que se sentiu constrangido pelas perguntas dos procuradores e que o ameaçaram de ter problemas caso mentisse. A Lava Jato nega irregularidades.
Mas o diálogo indica que os investigadores tentaram tirar informações de Edvaldo Vieira, em visita surpresa à casa da testemunha e supostamente sem mandado judicial, sobre a relação da testemunha com o sítio de Atibaia, se já havia trabalhado no local.
O depoente afirma aos investigadores que não trabalha e não trabalhou no sítio e que tampouco conhece a família Bittar ou João Suassuna, dona da propriedade. É quando um segundo investigador presente afirma: "Sr. Edivaldo, quero deixar o Sr. bem tranquilo. Mas, por exemplo, se a gente chamar o senhor oficialmente para depor daqui a alguns dias e você chegar lá pra mim e falar uma coisa dessas...".
A declaração mostra que o procurador não somente adotou o tom de ameaça, como também admite que a tomada de depoimento, naquele momento, não era oficial. "Dessas, sobre o que?", perguntou Edivaldo. "Eu apresento uma série de documentações, ai fica ruim para o senhor, entendeu?", completou o investigador da Lava Jato.

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