Vinícius Segalla: Por Lula livre e justiça social, 1.200 jovens acampam no frio de Curitiba para falar de política

VIOMUNDO - 03 de junho de 2018 às 02h41

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Por que 1.200 jovens estão acampando no frio de Curitiba para falar de política?
por Vinícius Segalla, de Curitiba
Já esteve em um encontro, congresso, conferência de gente jovem, com idade média de 20 anos?
Não me refiro a festival de música nem a jogos universitários, mas a um encontro de 1.200 jovens, que compartilham ideais, ideias e sonhos, entre os quais lutar  juntos pela liberdade do ex-presidente Lula  e  por justiça social.
Difícil descrever. Mas é tudo isto junto  e misturado. A energia contagiante. O  grito do fundo de suas gargantas. O irreverente coro, ecoado incontáveis vezes.
Ôôô Moooro,
queria que você
Ôôô Moooro,
queria que você
Entendesse que não dá
pra acabar com o PT
Entendesse que não dá
pra acabar com o PT

Este grito, como uma grande bandeira sonora, marcou o sábado (02/06) do Congresso Extraordinário da Juventude do PT, realizado de sexta a domingo, em Curitiba (PR).
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Jovens petistas de todo o Brasil e de movimentos de esquerda de Argentina, Paraguai, Uruguai e África do Sul participam.  Estão acampados numa chácara em Pinhais, na Grande Curitiba.
Os brasileiros têm um ponto em comum: viveram sob o governo do PT, desde que começaram a se entender como entender e a se interessar por política.
Nem o frio de Curitiba nessa época do ano afugentou-os dos debates neste sábado, quando aconteceram as principais mesas do congresso.
A estudante secundarista Clélia Moreira, da Juventude Avante e do PT, que veio de Natal (RN), observa:
“Por que precisamos resistir? Porque de onde eu venho, do Nordeste, a gente sabe quanta gente tinha morando em casas de taipa, sem três refeições por dia, e como e quando isso começou a mudar.
A gente sabe quem fez cisterna no sertão, quem levou luz elétrica para quem não tinha.
A gente sabe muito bem por que temos que resistir, pelo que temos que lutar, por que colocamos a estrela no peito”.
João Luís Lemos, estudante de história da USP, diz que vai com a candidatura de Lula à presidência até o fim:
“Vivemos um período em que uma crise econômica está sendo jogada para as costas da classe trabalhadora.
Vivemos um tempo em que 30% da juventude está desempregada. Imagine este percentual considerando só jovens pobres e negros.
Para reduzir o desemprego, o que se propõe, o que se pratica?
Precarização das relações trabalhistas. A conta nas costas do trabalhador. Tem um candidato que já afirmou que vai revogar as recentes medidas golpistas, que vai promover mudanças estruturais para retomar um rumo de crescimento com mais igualdade.
Por isso, com muita nitidez, reafirmamos com muita força, com todas as letras, que não tem Plano B, que eleição sem Lula é fraude, que nós vamos com Lula até o fim”.
Karina Beatriz Cáceres Ortega, da Frente Guasu do Paraguai, lembrou da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), fronteira do Brasil com o seu país:
“O Brasil conhece a história de seu continente?
Há cátedras nas universidades, disciplinas no currículo das escolas sobre a história da América Latina e Caribe? Ou sempre se olhou para os Estados Unidos e para a Europa?
Alguém aqui sabe o que está acontecendo no norte do Paraguai? Sabe dos assassinatos de campesinos que lutam pelo direito à terra por lá? Os meios de comunicação noticiam esses fatos aqui?
Teve um companheiro que começou para mudar isso, que criou a Unila. Este companheiro, hoje, está preso. Mas estou segura de que ele voltará. Lula Livre, Lula Presidente”. 
A senadora  Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, prestigiou o evento desde o início:
“A Juventude do PT não pode ser acomodada, a Juventude do PT tem que ser transgressora, inclusive com alguns códigos do próprio partido.
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Porque é essa transgressão, essa cobrança, essa rebeldia que faz a gente acordar, mudar nossas formas de agir, sacudir, não deixar que a burocracia tome conta do nosso cotidiano.”
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