Venezuela vai adquirir medicamentos diretamente com a Organização Pan-Americana da Saúde para evitar bloqueio

Venezuela vai adquirir medicamentos diretamente com a Organização Pan-Americana da Saúde para evadir bloqueio
Foto: Josué Goge https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/
no Diário Liberdade - fonte AVN - 15/06/2018

A Venezuela vai comprar medicamentos para o atendimento da população diretamente com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS)  para frear e enfrentar o bloqueio criminoso imposto pelo governo dos Estados Unidos, a União Europeia e seus países cúmplices no continente americano, informou nesta segunda-feira o ministro da Saúde, Luis López.

"Transnacionais, vocês que são o cartel, não vamos mais comprar de maneira direta, fiquem sabendo, vamos adquirir através da Organização Pan-Americana da Saúde. Não vamos mais (comprar) com intermediários",destacou López entrevistado no programa "Juntos pela soberania" transmitido pela Rádio Nacional da Venezuela.

O ministro denunciou que esta empresas pressionam os laboratórios privados para boicotar a produção e distribuição de medicamentos no país, além de dificultar o envio de remédios do exterior, incentivando o desvio ao mercado especulativo.



"Desconhecemos este tipo de organizações que são representações do cartel das transnacionais na Venezuela. Há laboratórios que depois de negociar conosco, com empresas que têm a possibilidade de fazer uma venda ao ministério, terminam bloqueando a operação e termina não chegando os insumos como os oncológicos e a diálise", disse.

López explicou que o povo bolivariano está sendo vítima de "um bloqueio criminoso que gera problemas gigantescos para a obtenção de medicamentos, produto da pressão internacional".

Por exemplo, o tratamento para pacientes que fazem diálise na Venezuela vêm 90% da Alemanha, e têm sido atrasados de maneira intencional para que não cheguem ao país.

"O avião sai da Alemanha, aterriza em algum lugar da Espanha, vem ao Panamá e as autoridades panamenhas dizem que o avião tem uma falha e não pode seguir voando, não o deixam sair. Tivemos que devolver o avião para a Espanha e através de um voo comercial trazer a carga, o que aumentou os custos a US$3 milhões e causou um atraso", denunciou o ministro.

Uma semana antes das eleições presidenciais, operadores do governo norte-americano bloquearam uma transação por US$7 milhões para a compra de tratamentos para a diálise. A quantia foi bloqueada durante 15 dias por entidades financeiras estrangeiras para boicotar e gerar problemas no país.

Apesar da imposição do bloqueio criminoso, López destacou que o Estado seguirá fazendo todo o possível para importar medicamentos, sobretudo através de uma "triangulação" com países como a Índia e com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS/OMS).

O ministro da Saúde criticou a dupla moral de setores da oposição que falam que muitos países querem enviar medicamentos mas por outro lado incentivam o bloqueio e o boicote, entre eles organizações não governamentais (Ong's) como Médicos Sem Fronteiras.





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