O cheiro de fake news do G1, da Globo, na foto de bandidos presos usando camisetas “Lula Livre” novinhas. Por Kiko Nogueira

As camisetas saídas da caixa da dupla que furou bloqueio policial e rodou na pista no MS
por Kiko Nogueira - no DCM -12 de junho de 2018

A matéria saiu no G1 no último dia 9 e tem um cheiro pesadíssimo de armação — ou, se preferir, fake news.
Dois homens, de 24 e 27 anos, moradores de São Bernardo do Campo, em São Paulo, foram capturados na rodovia MS-164, em Maracaju, Mato Grosso do Sul.
Eles transportavam, num veículo, 165 quilos de maconha e 2,8 quilos de skank.
Aí entra uma descrição sui generis.
“No momento da prisão os dois suspeitos vestiam camisetas que pedem a liberdade para o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitiba (PR), há dois meses, em razão de uma condenação de 12 anos por corrupção e lavagem de dinheiro”, ficamos sabendo.

“A equipe que estava no local deu ordem de parada ao veículo em que estava a dupla. O condutor, o homem de 24 anos desobedeceu e furou o bloqueio. O carro foi perseguido por cerca de 45 quilômetros, até que o suspeito perdeu o controle da direção e o automóvel rodou na pista”.
Se a roupa tivesse o slogan “Globo golpista” seria notícia?
As camisas estão impecáveis. Novinhas, ainda com vincos. Surpreendente, especialmente após uma perseguição desse gênero.
O sujeito à direita a está usando sobre um agasalho. Moda?
Apesar de nenhum deles ser menor, seus rostos foram borrados.
Tudo indica que a imagem foi fraudada. Provavelmente pela polícia.
Onde está o discernimento do portal? Ou a ideia não é essa?
Em 1989, foi crucial para o resultado do segundo turno das eleições, em que concorriam Collor e Lula, a cobertura do sequestro de Abílio Diniz.
O Globo informou seus leitores da seguinte maneira: “Tuma assegurou que os terroristas integram duas organizações de extrema esquerda no Chile – Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) e Organização de Resistência Armada (Ora) e que em poder dos que foram presos foi apreendido material de propaganda política do PT”.
O desmentido da ligação do partido com os sequestradores só ocorreu após a vitória de Collor.
Em circunstâncias normais, o G1 deveria uma explicação a seus leitores, tratados como otários.
Mas quem disse que estamos em circunstâncias normais?

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