Deputados querem investigar operador do caixa dois tucano em São Paulo

CORRUPÇÃO
Ex-diretor da Dersa voltou à prisão sob acusação de coação à testemunha no processo que envolve fraudes de R$ 7,7 milhões em reassentamento nas obras viárias do Rodoanel, Av. Jacu Pêssego e Nova Marginal

por Redação RBA publicado 01/06/2018

REPRODUÇÃO
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Paulo Preto e o ex-governador José Serra: acusações durante o governo tucano em São Paulo
São Paulo – Depois de retornar à prisão, na manhã de quarta-feira (30), o operador de caixa dois das campanhas do PSDB de São Paulo Paulo Preto poderá ser investigado por uma CPI na Assembleia Legislativa paulista, proposta pelos deputados do PT, que iniciaram a coleta de assinaturas em apoio às investigações no dia 22 de maio. Paulo Preto é acusado de coagir testemunhas no processo de reassentamento nas obras do governo do PSDB no estado.
Detido pela Polícia Federal, o ex- diretor da Dersa Desenvolvimento Rodoviário tinha sido beneficiado por habeas corpus concedido pelo juiz Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 11. O seu retorno à prisão tem como base a acusação de coação à testemunha no processo que envolve fraudes de R$ 7,7 milhões entre 2009 e 2011, em reassentamento no eixo para obras viárias do Rodoanel, Avenida Jacu Pêssego e Nova marginal, segundo investigações do Ministério Público Federal.    
De acordo com o MPF testemunhas do processo relataram novas ameaças para depor contra Paulo Preto, sua filha Tatiana Souza Cremoni, também detida teria pressionado a babá para mudar versão de depoimento. Os investigadores dizem que a babá foi beneficiada pela fraude nos reassentamento e tinha advogado indicado e custeado por Tatiana.     

Contas na Suíça

Paulo Preto foi também alvo de investigações internacionais e autoridades da Suíça apontam que entre os anos de 2009 e 2011, o engenheiro da Dersa recebeu em suas contas no país numerosas entradas de fundos.
Quatro contas tinham saldo de US$ 34,4 milhões quando Paulo Preto transferiu os recursos da Suíça para a Bahamas, no começo de 2017. O valor equivale a R$ 121 milhões, quando corrigido pela cotação de maio desse ano.
Paulo Preto chegou à administração pública estadual em 1993 pelas mãos do ex- governador Fleury Filho. Em 1995 começou a se relacionar com o tucano que é considerado seu padrinho político: Aloysio Nunes. Naquele período, Aloysio era vice-governador e ocupava a Secretaria de Transportes Metropolitanos.
Em 2005, no governo de Geraldo Alckmin, Paulo Preto foi designado a diretoria de relações institucionais, encarregada de manter contatos com prefeituras e investidores.

Na Lava Jato

Além das movimentações econômicas atípicas e denúncias de coação a testemunhas, Paulo Preto foi denunciado pelo operador de Adir Assad que afirmou em depoimento de sua delação premiada à Lava Jato ter recebido por meio de suas empresas de fachada cerca de R$ 46 milhões das concessionárias de rodovias do Grupo CCR e entregue ao ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza. Os repasses teriam ocorrido entre 2009 a 2012.
Segundo consta, a delação integra a documentação da 48ª fase da operação, que investiga irregularidades em rodovias e envolve empresas que conquistaram concessões no Estado de São Paulo durante as gestões tucanas de Geraldo Alckmin e José Serra.
A CCR também é controladora do Consórcio ViaQuatro, que opera a Linha 4-Amarela, e do Consórcio ViaMobilidade, que venceu recentemente a licitação para operação por concessão das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro, todas da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô).

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