Tijolaço: O país do luxo, o país da carência
POR FERNANDO BRITO · 11/04/2018
Em 2017, as pessoas que faziam parte do 1% da população brasileira com rendimentos mais elevados (rendimento médio mensal real de R$ 27.213) recebiam, em média, 36,1 vezes o rendimento da metade da população com os menores rendimentos (rendimento médio mensal real de R$ 754). A região Nordeste foi a que apresentou a maior razão (44,9 vezes) e a região Sul a menor (25,0 vezes). No Brasil, em 2016, essa razão havia sido de 36,3%.
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Dez por cento dos brasileiros que têm rendimentos mais altos – justamente aqueles que deitam falação sobre como “consertar” o Brasil ficam com metade da renda do país: 43% do total de todos os rendimentos.
Oitenta por cento dos brasileiros, os que têm menores rendimentos, todos somados, ficam com uma fatia menor: apenas 41%. Outros 16% ficam com aqueles que se situam entre os 10% mais ricos e os 80% mais pobres.
Esta disparidade, traduzida em reais, nas palavras do IBGE, na análise de sua Pesquisa Nacional por Análise Domiciliar, a PNAD:
Em 2017, as pessoas que faziam parte do 1% da população brasileira com rendimentos mais elevados (rendimento médio mensal real de R$ 27.213) recebiam, em média, 36,1 vezes o rendimento da metade da população com os menores rendimentos (rendimento médio mensal real de R$ 754). A região Nordeste foi a que apresentou a maior razão (44,9 vezes) e a região Sul a menor (25,0 vezes). No Brasil, em 2016, essa razão havia sido de 36,3%.
A situação só não é pior porque 13,7% dos lares recebiam dinheiro do Programa Bolsa Família em 2017, um percentual pouco menor que o de 2016 (14,3%). Regionalmente, este número tem ares ainda mais expressivos: Norte (25,8%) e Nordeste (28,4%) apresentaram os maiores percentuais de famílias beneficiadas.
A divisão radical do Brasil, na política, é infinitamente menos grave que a divisão do Brasil da renda das pessoas.
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