No dia da Revolução dos Cravos, Teatro Oficina clama liberdade para Lula

Milhares de pessoas lotaram as galerias do histórico teatro em São Paulo para gritar por “Lula livre”

lula.com.br - 26/04/2018

Foto: Claudio Kbene
Dia 25 de abril, dia em que se comemora o aniversário da Revolução dos Cravos, o Teatro Oficina em São Paulo, clamou por liberdade para o preso político Luiz Inácio Lula da Silva. Milhares de pessoas se juntaram ao teatrólogo Zé Celso e ao vereador Eduardo Suplicy, organizadores do ato, para pedir justiça para o ex-presidente.
Em uma noite cheia de surpresas, músicas e discursos emocionados, a figura de Lula preencheu a arena do Teatro Oficina e gritos de “Lula Livre” podiam ser escutados de fora do teatro. Frei Betto, amigo antigo de Lula, contou aos presentes que vivenciou as duas prisões de Lula. A primeira, em 1980, quando o metalúrgico foi levado de sua casa pelo DOPS e a segunda que foi levado de seu Sindicato pela Polícia Federal.

“A primeira em 80, eu estava dormindo na casa dele com outros companheiros para protegê-lo quando o DOPS chegou bem cedo e o Lula estava muito mais apreensivo do que senti dessa vez. No Sindicato, ele estava indignado, porém tranquilo porque sabia exatamente o que ia fazer”, disse. Para Frei Betto não existem dúvidas de que se trata de uma prisão política. “Lula é um preso político. O que para seus carcereiros é uma prisão comum, na verdade é uma prisão política. Eu estive preso quatro anos, dois como preso político e dois como preso comum e nunca sofri as proibições que o companheiro Lula está sofrendo agora. Ele está numa cela solitária. E quem passou por uma solitária sabe como é difícil lidar com o dia a dia”.
O pré-candidato à Presidência pelo Psol Guilherme Boulos fez questão de manifestar sua solidariedade e conclamar todos que defendem a democracia a defender Lula. “A questão de defesa de liberdade do Lula, a questão de rechaçar uma condenação sem provas, não é só de quem vai votar no Lula, não é só de quem é do PT, é de todos que defendem a democracia”.  
Celso Amorim, ex-ministro das relações exteriores do governo Lula, disse que pela segunda vez sente vergonha do Brasil, a primeira durante a ditadura e a segunda agora que um Prêmio Nobel da Paz vem visitar um preso político e é impedido.
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, se emocionou a falar do amigo: “eu levanto toda noite três, quatro vezes, pensando na mais grosseira farsa que estamos vivendo nesse país. Eu asseguro a vocês que o Lula está preso injustamente, ele nunca pediu aquele apartamento, quem o conhece sabe disso”. Okamotto pediu ainda para que “vocês se somem com outros brasileiros para que a gente possa tirar o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva da cadeia”.
Para encerrar a companhia de teatro, Cia do Tijolo, cantou a abertura da peça “Ledores no Breu”, inspirada no pensamento e na prática do educador Paulo Freire, emocionando ainda mais a plateia.
“Se o mundo ficar pesado, eu vou pedir emprestado a palavra POESIA
Se o mundo emburrecer, eu vou rezar pra chover palavra SABEDORIA
Se o mundo andar pra trás, vou escrever num cartaz a palavra REBELDIA
Se a gente desanimar, eu vou colher no pomar a palavra TEIMOSIA
E se acontecer afinal, de entrar em nosso quintal a palavra TIRANIA
Pegue o tambor e o ganzá, vamos pra rua gritar a palavra UTOPIA”

Comentários