Guarda Revolucionária do Irã critica ataque israelense a palestinos e defende 'retaliação'

A Torre Azadi e bandeiras iranianas em Teerã
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Sputinik News - 31/03/2018 - 23:31

O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) condenou veementemente um ataque israelense a palestinos que protestavam contra o confisco de terras por Tel Aviv em 1976. A organização declarou que "não poupará esforços" para ajudar os palestinos a restaurar o que alegam ser seu por direito.
"O Corpo dos Guardas da Revolução Islâmica, como braço poderoso da nação iraniana, não poupará esforços para ajudar o povo muçulmano da Palestina e ativará ainda mais suas capacidades disponíveis para restaurar os direitos dos palestinos", diz o comunicado.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, responsabilizou Israel pelas mortes de civis durante protestos e pediu à comunidade internacional que intervenha urgentemente para "proteger" os palestinos contra a "escalada de agressões diárias" pelo governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Apelidado de "Grande Marcha de Retorno", as marchas que começaram na sexta-feira devem durar várias semanas, culminando em 15 de maio ao marcar Nakba Day (Dia da Catástrofe), o dia em que Israel foi criado.
O comunicado da IRGC condenou os EUA e a União Europeia por seu apoio a Israel e disse que o ataque a manifestantes desarmados prova que Israel tem medo de uma nova intifada (revolta). As declarações do IRGC pediram uma reação imediata ao que chamou de "crimes" israelenses e a adoção de medidas práticas para restaurar os direitos dos palestinos.
O chanceler iraniano, Mohhamad Javad Zarif, também condenou o ataque em sua conta no Twitter.
"Na véspera da Páscoa (de todos os dias), que comemora a libertação do profeta Moisés e seu povo da tirania, os tiranos sionistas matam pacíficos manifestantes palestinos — cujas terras eles roubaram — enquanto marcham para escapar de seu cruel e desumano apartheid de escravidão. Vergonhoso", Zarif twittou.

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On the eve of Passover (of all days), which commemorates God liberating Prophet Moses and his people from tyranny, Zionist tyrants murder peaceful Palestinian protesters—whose land they have stolen—as they march to escape their cruel and inhuman apartheid bondage. .
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Bahram Qassemi, conclamou países muçulmanos a se unirem contra Israel, em vez de lutarem entre si.
“Neste momento delicado, parece que os países da região [do Oriente Médio] deveriam utilizar melhor todas as suas ferramentas e recursos nacionais e populares para combater as políticas expansionistas e anti-humanitárias do regime israelense, em vez de recorrer a conflitos domésticos, armando-se e se apresentando como uma ameaça para outros países da região", disse ele, de acordo com o site Iran Front Page.
"Sem dúvida, os líderes de um número limitado de países infames na região estão secretamente procurando estabelecer relações com o regime sionista [de Israel] para agradar os EUA", acrescentou, possivelmente referindo-se a um movimento de Riad para permitir que os primeiros voos comerciais com destino a Israel atravessem seu espaço aéreo. A Arábia Saudita não fez comentários públicos sobre o assunto.
Sexta-feira foi o dia mais sangrento único no conflito israelo-palestiniano desde a guerra de 2014 em Gaza, de acordo com o canal News Asia. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu uma "investigação independente e transparente", segundo o site.

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