Boulos e Manuela D’Ávila apelam a “unidade da esquerda pela defesa da democracia” no Brasil

Os pré-candidatos presidenciais do PSOL e do PCdoB sublinham que a prisão de Lula “faz parte de um ataque contra o campo progressista e os direitos sociais”. Guilherme Boulos e Manuela d’Ávila participam esta quinta-feira, dia 12, numa sessão pública em Lisboa, no Capitólio, às 18h.

esquerda.net - 9 de Abril, 2018

Manuela d'Ávila, Lula da Silva e Guilherme Boulos no Ato pela Democracia em Curitiba. Foto da página oficial de Lula.
Num artigo(link is external) intitulado “Um atentado à democracia”, publicado na Folha de São Paulo, e reproduzido no site do PT, Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila sublinham que “os tempos em que vivemos representam o maior atentado à democracia desde o fim da ditadura militar”.
“O golpe parlamentar que colocou Temer no poder, a execução de Marielle Franco e Anderson Gomes e a ofensiva contra Lula, do atentado a sua caravana à decisão absurda e ilegal de prendê-lo, exigem unidade da esquerda pela defesa da democracia e contra a escalada de violência fascista no país”, escrevem.
Os pré-candidatos presidenciais do PSOL e do PCdoB, respetivamente, garantem que as diferenças programáticas para as eleições não impedem a sua “unidade como reação ao momento sombrio atual”.

Defendendo que a “face mais visível da luta democrática no país é a defesa irrestrita da liberdade do ex-presidente e, para além disso, do seu direito de ser candidato nas eleições presidenciais deste ano”, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e a deputada estadual pelo PCdoB no RS destacam que “essa luta não é apenas daqueles que concordam com as posições de Lula e do PT” e que a prisão de Lula “faz parte de um ataque contra o campo progressista e os direitos sociais”.
Denunciando as irregularidades e ilegalidades do processo que resultou na prisão de Lula, e na ausência de provas que comprometam o ex-presidente, os pré-candidatos à presidência do Brasil afirmam que Lula da Silva “não está acima da lei. Nem ele, nem nenhum de nós. Nem mesmo os juízes que o condenaram e os ministros que negaram o fiel cumprimento da Carta. Mas ele tampouco está abaixo da lei”.
“Quando juízes se portam como chefes de partido, não se pode falar em justiça”, vincam Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila, avançando que “se queremos combater a corrupção, temos que levantar a bandeira de uma profunda reforma política, afastando o poder público da influência do poder econômico e aproximando o povo das decisões”.
Para ambos os pré-candidatos presidenciais, “é urgente a construção de uma unidade democrática contra a prisão arbitrária de Lula, a escalada da intolerância política e a garantia de eleições livres”.
“Nessa mesa devem ter assento aqueles que, ante a barbárie, põem-se ao lado da democracia”, sinalizam.
De acordo com Boulos e Manuela D’Ávila, “a defesa da liberdade de Lula é um divisor de águas nessa batalha”.
“Não deixaremos as ruas e a luta. Para além das eleições, é o futuro do Brasil que está em jogo. Enfrentaremos as injustiças, de toga ou de farda. Lula livre!”, rematam.
Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila participam esta quinta-feira na sessão pública: “O Futuro das lutas democráticas: em defesa da democracia brasileira”. A iniciativa, que terá lugar no Capitólio, em Lisboa, a partir das 18h, conta ainda com a presença de Tarso Genro (PT), Cristina Narbona (Presidenta do PSOE), Pablo Iglesias (Secretário-Geral do Podemos), Ana Catarina Mendes (Secretária-Geral adjunta do PS) e Catarina Martins (Coordenadora do Bloco de Esquerda). A sessão será coordenada por Pilar del Río (FJS) e Boaventura de Sousa Santos (CES).

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