Piñera assume no Chile e consolida virada à direita da América Latina

Posse de Sebastián Piñera no Chile.
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Sputnik Brasil - 11/03/2018

O Chile completa a rotação à direita da América Latina neste domingo (11) com a posse do novo presidente Sebastián Piñera e a saída do cargo da esquerdista Michelle Bachelet.
É a segunda vez que Bachelet entrega o poder ao bilionário empresário Piñera. Os dois se alternam na presidência desde 2006.
Piñera volta ao poder com a coalizão Chile Vamos e com partidos que foram da base de sustentação do ex-ditador Augusto Pinochet, como a União Democrática Independente e a Renovação Nacional.
"Seu principal desafio é alinhar sua coalizão", disse o sociólogo e analista político Miguel Zlosilo à Associated Press. "Temos que ver se a direita, pela primeira vez na história, tem a capacidade de trabalhar em equipe… e projetar-se para um próximo mandato."

Piñera, de 68 anos, prometeu retomar o crescimento econômico, impulsionar investimentos, criar empregos, melhorar a segurança pública e promover leis que protejam as crianças e regular a crescente imigração estrangeira.
Durante o segundo mandato de Bachelet, entre 2014 e 2018, o crescimento econômico caiu para uma média de 2%.
Piñera afirma que a experiência adquirida em seu primeiro governo, entre 2010 e 2014, o ajudará a firmar acordos a centro-esquerda.
"Desde o primeiro dia Piñera vai querer mostrar que com ele a roda da economia voltou a girar", afirma Cristóbal Bellolio, professor da Escola de Governo da Universidade Adolfo Ibáñez.
Durante o primeiro mandato do novo presidente, o Chile cresceu uma média de 5,3% e criou 1 milhão de empregos. As cifras foram puxadas pela reconstrução do sul do país após um forte terremoto de magnitude 8,8.
O Congresso chileno não terá nenhuma maioria e deve ser palco de importantes disputas. Um dos projetos que atualmente está em tramitação é a regularização do casamento homoafetivo; Piñera diz que a união entre pessoas do mesmo sexo é inaceitável.
Outro ponto polêmico é a gratuidade do ensino superior. Apesar do novo presidente ser contrário a medida, ele não deve conseguir maioria para revertê-la.

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