Documentário mostra imagens raras do Estado Novo e lança debate sobre o período

Cena do documentário “Imagens do Estado Novo 1937 – 45”
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Sputnik Brasil - 19/03/2018

Estreou nos cinemas brasileiros esta semana o filme "Imagens do Estado Novo 1937-45", dirigido por Eduardo Escorel e produzido por Cláudio Kahns. O longa-metragem revisa a herança do período ditatorial de Getúlio Vargas através de imagens raras.
O filme levou 12 anos para ser concluído e utiliza registros oficiais de propaganda do Estado Novo, arquivos de cinejornais brasileiros, fotografias, cartas, filmes familiares e até trechos do diário de Getúlio Vargas.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o diretor Eduardo Escorel disse que escolheu imagens que não se restringissem apenas ao universo da política institucional e formal.

"Nós achamos que não devíamos agregar estritamente cenas relacionadas com a política. Daí por exemplo, as cenas de filmes de família que, em tese poderiam não estar no filme, mas elas dão justamente uma visão mais ampla do período que não se limita e restringe as tramas da política" afirmou.
Conhecido também por seu trabalho de crítico e montador, Eduardo Escorel fez a trilogia "1930 — Tempo de revolução" (1990), "32 — A guerra civil" (1993) e "35 — O assalto ao poder" (2002).
O "Imagens do Estado Novo 1937-45" é mais um filme para a sequência de documentários sobre a história brasileira feitos pelo diretor.
"Esses filmes todos, esses quatro documentários foram feitos para adquirir um pouco mais de conhecimento sobre esse período, para satisfazer uma curiosidade pessoal, uma vontade, um desejo de entender o período e de compartilhar esse esforço de compreensão com o público", disse Escorel.
Para ele, o período do Estado Novo é um deixado um pouco de lado e tende-mais a falar do governo de Getúlio Vargas da década de 50.
"Falasse mais do Getúlio da década de 50, quando ele é eleito, do Getúlio populista, do Getúlio que se suicida em 1954 e do Getúlio ditador falasse menos. Mas é um período importante da história do Brasil, do ponto de vista econômico, artístico e cultural", completa.
O documentário foi premiado no Festival É Tudo Verdade com Menção Honrosa e no Festival Recine — Festival Internacional de Filmes de Arquivo como Melhor Filme Júri Popular e Melhor Pesquisa. 
FICHA TÉCNICA
Direção: Eduardo Escorel
Produção: Cláudio Kahns
Roteiro: Flávia Castro e Eduardo Escorel
Pesquisa de imagem: Antonio Venâncio
Montagem: Pedro Bronz e Eduardo Escorel
Editor de Som: João Jabace
Música: Hermelino Neder e Newton Carneiro
Empresa Produtora: Brasil 1500
Produtores associados: Tatu Filmes e Cinefilmes
Apoio: Univesp, Tv Cultura, Canal Curta.
Duração: 3h47min em duas partes com intervalo de 15 minutos.

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