Jeferson Miola: Acabou o carnaval, mas a Lava Jato continua com a máscara da enganação
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Acabou o carnaval. Como há muito tempo não se assistia, foi um carnaval marcado por protestos políticos e pela forte denúncia do golpe e da oligarquia corrupta, racista e escravocrata que o promoveu.
Depois da farsa judicial montada para condenar o ex-presidente Lula que escandalizou o mundo inteiro, o carnaval deste ano se transformou em outro potente produto de exportação das notícias do golpe e da ditadura jurídico-midiática implantada no Brasil.
Como dissemos, o carnaval de 2018 acabou. A Lava Jato, porém, ainda continua escondida atrás da máscara da enganação que esconde seus reais objetivos.
Para preservar o pouco de institucionalidade que ainda resta no Brasil, é preciso retirar o disfarce atrás do qual se esconde a verdadeira natureza manipuladora da Lava Jato, e que a Rede Globo acoberta.
O país precisa urgentemente de esclarecimentos sobre os aspectos escabrosos que envolvem esta operação que, a pretexto de combater a corrupção, foi arquitetada com o propósito específico de derrubar o governo Dilma e aniquilar Lula e o PT:
Sérgio Moro e os procuradores da turma do Deltan Dalagnoll têm a obrigação de esclarecer quem é o intermediário da força-tarefa da Lava Jato apelidado de DD no email em que Carlos Zucolotto, padrinho e amigo do Moro, promete a Rodrigo Tacla Duran a redução de multa para acordo de delação premiada e privilégios legais em troca de US$ 5 milhões em propina. Note-se que o único integrante da Lava Jato cujas iniciais coincidem com DD é o pregador fanático Deltan Dalagnoll, não por acaso colega de instituição do “jacobino incorruptível” Demóstenes Torres [sic];
a turma de Curitiba, assim como os 3 verdugos do tribunal de exceção da Lava Jato em Porto Alegre têm a obrigação de esclarecer porque blindam Carlos Zucolotto e impedem que ele seja inquirido nos processos em que o Lula é injustamente condenado;
a Lava Jato em Curitiba e na sucursal de Porto Alegre deve explicar categórica e convincentemente porque não atende a outro pedido da defesa do Lula, de oitiva de Rodrigo Tacla Duran – o ex-Odebrecht que denunciou o pedido de propina do Zucolotto; que informou que Rosângela Moro, advogada que se orgulha no facebook que “mora com Moro”, recebeu honorários dele e, mais importante, aquele que denunciou a gigantesca manipulação dos sistemas de registros de dados de propinas da empreiteira [drousys e my web day] usados para condenar injustamente Lula;
a força-tarefa da Lava Jato tem de explicar porque desistiu de comparecer à audiência de 4 de dezembro de 2017 na Espanha, que ela própria solicitou à justiça espanhola, para ouvir Rodrigo Tacla Duran. Estavam escalados para a excursão com polpudas diárias 3 procuradores da república, entre eles o implacável justiceiro Roberson Pozzobon e Orlando Martello; e, finalmente,
a Lava Jato deve explicações aceitáveis para o sumiço das senhas de acesso ao sistema my web day, que armazena os registros de propinas pagas não somente a políticos, mas supostamente a gente do mundo judicial e da mídia. Este é um aspecto crucial da Lava Jato. A turma da Lava Jato em Curitiba e Porto Alegre, assim como o STJ e o STF, têm de explicar porque proíbem o acesso da defesa do Lula à integralidade do sistema, uma vez que os justiceiros usam dados nele constantes para condenar injustamente o ex-presidente.
A opacidade que ronda a Lava Jato não compromete somente a continuidade da operação, porque é, antes de qualquer coisa, um brutal ataque ao Estado de Direito.
Retirar a máscara que recobre a Lava Jato é uma exigência democrática e republicana da maior grandeza.
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