Fernando Brito: O tempo fechou

minicrash
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POR  · 08/02/2018


A queda de 4,15%, hoje, da Bolsa de Nova York joga por terra as versões de que o mini-crash de segunda feira tenha sido um acidente ou um mero “ajuste” técnico  de correção de valores inflados.
A queda comprovou  não ser “psicológica”.
Os mecanismos de proteção, ou hedge, muito mais eficientes hoje, não impediram que a queda das ações chegassem a 10% em relação ao nível que tinham há apenas 15 dias, em 26 de janeiro.
O temor de saltos inflacionários pé alto e ainda há o fantasma não exorcizado de um shut-down orçamentário do Governo norte-americano,
O mercado testou, sem reação, a mínimas de segunda-feira.

A alta dos juros norte-americanos não é mais um temor, mas uma realidade, precificada hoje pelo mercado em 2,8% ao ano e que, segundo a importante corretora  Black Rock, irá os 3% ao ano, torna os novos juros internos, considerada a inflação (onde parecem ter voltado as malandragens estatísticas) em praticamente zero.
É bom lembrar, como recordou hoje Laura Carvalho, em sua coluna econômica na Folha, que era de  5,3% em dezembro de 2014.
Nem com a boa-vontade golpista do capital isso funciona.
Estamos pendurados numa ficção financeira que dá sinais mais que está ruindo.
O dólar abre amanhã a R$ 3,30 e a Bolsa experimenta a volta aos 80 mil pontos aonde não deveria nem ter chegado.

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