Queda de confiança nas instituições públicas atinge 'patamar preocupante'

DESCRÉDITO
Avaliação é do coordenador da Rede Nossa São Paulo Américo Sampaio, com base em pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência na capital paulista

por Redação RBA publicado 27/01/2018 17h38
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américo sampaio
"É como se a população estivesse colocando em xeque todas as instituições públicas e o próprio funcionamento da democracia"
 Um levantamento realizado pelo Ibope Inteligência em parceria com a Rede Nossa São Paulo mostra que a confiança dos paulistanos em relação às instituições públicas apresentou queda em 10 das 13 avaliadas.
"O que chama atenção neste ano é que chegamos a patamares alarmantes em relação à forma como a população enxerga as instituições públicas", alerta o coordenador da Rede Nossa São Paulo Américo Sampaio, em entrevista à Rádio Brasil Atual. "Existe uma perda de confiança muito grande nos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Ninguém está se saindo bem nessa história e de 2013 pra cá se vê uma acentuação dessa perda de confiança."

Somente 11% dos entrevistados dizem confiar na Câmara Municipal, enquanto 23% demonstram confiança na prefeitura de São Paulo. Mesmo instituições que recebem tratamento em geral "afável" da mídia tradicional, como o Poder Judiciário e o Ministério Público, registram queda acentuada na confiança desde 2013. Naquele ano, 45% dos entrevistados dizia confiar no Judiciário; hoje, o índice chega a 29%. Em relação ao Ministério Público, a queda é ainda maior: saiu de um patamar de 50% em 2013 para 29% agora.
"Se você acompanhasse esse processo de uma forma um pouco otimista, deveria identificar um crescimento da confiança no Ministério Público e no Judiciário como um todo, que foram preponderantes nesse processo de judicialização da política. No entanto, não é isso o que acontece", destaca Sampaio. "Ou seja, vivemos hoje na cidade e no Brasil um momento bastante perigoso porque o patamar que estamos chegando na confiança nas instituições públicas é um patamar bastante preocupante, é como se a população estivesse colocando em xeque todas as instituições públicas e o próprio funcionamento da democracia."
A pesquisa ouviu 800 paulistanos de 16 anos ou mais e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

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