MPL: 'Não sairemos das ruas enquanto o aumento não for revogado'

TRANSPORTE PÚBLICO
Para o movimento, valor de R$ 4 exclui a periferia e desempregados do transporte público da capital paulista. Manifestantes realizam na região central primeiro ato contra o aumento da passagem

por Felipe Mascari, da RBA publicado 11/01/2018

MPL
Manifestação começou no Teatro Municipal e caminhou em direção ao bairro do Brás
São Paulo – O Movimento Passe Livre (MPL) realizou nesta quinta-feira (11) o primeiro ato contra o aumento da tarifa do transporte público de São Paulo. O objetivo é que o prefeito da capital paulista, João Doria, e o governador Geraldo Alckmin. ambos do PSDB, revoguem a medida, que entrou em vigor no último domingo (7), quando a tarifa subiu de R$ 3,80 para R$ 4, reajuste de 5,26%.
A manifestação saiu do Teatro Municipal e seguiu em direção ao metrô Brás, na região central. Segundo a organização, cerca de 10 mil pessoas participavam. De acordo com Francisco Bueno, porta-voz do Passe Livre, com o alto desemprego que o país enfrenta, o valor é abusivo para o trabalhador.

"Com o desemprego atual e a informalidade, muitos não têm vale-transporte. Ou seja, as pessoas não conseguem sair de casa para ir atrás de emprego. O aumento da tarifa foi de 5%, enquanto o salário mínimo só subiu 1%. Isso é um absurdo contra o paulistano", afirmou. Segundo ele, este é só o primeiro ato Passe Livre contra o preço do transporte público e mais atos serão realizados até o fim do mês. "Não sairemos das ruas enquanto aumento não for revogado."
Bueno lembra que em 2017 Doria e Alckmin já aumentaram a tarifa de integração de ônibus, metrô e trens, em 14,8%. "Ano passado já prejudicaram 23 milhões de paulistanos com aquele aumento. Colocar o preço do ônibus e metrô em R$ 4 só prejudica as pessoas pobres de São Paulo, que o Doria não conhece." O aumento acumulado da integração (17,4%) é superior ao dobro da inflação.
A Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) acompanharam a movimentação dos manifestantes com um efetivo de cerca de 400 homens. Bueno afirma que, mesmo com o ato pacífico, existe temor de repressão policial. "O objetivo do Alckmin e Doria é reprimir o ato. Eles encheram o Vale do Anhangabaú de policiais, viaturas e até com o camburão israelense. Eles querem sufocar o grito da população, mas não nos amedrontam."
Ao fim do protesto pacífico, os manifestantes tentaram fazer um 'catracaço' pulando as roletas do metrô Brás, mas as portas do local foram fechadas. Na hora da dispersão, ocorreu confronto com a tropa de choque da Polícia Militar, que atirou bombas e balas de borracha. De acordo com o MPL, houve feridos.

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