Gustavo Conde: A história não é uma aliada

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por Gustavo Conde - no GGN - 30/01/2018

História, história, história. A gente fala muito em história, no julgamento da história, nos livros de história, mas quem se preocupa com história somos apenas nós mesmos - é por isso que, em geral, ficamos do lado certo, o que, a rigor, é o único lado.
 
Esses juízes e mais a imprensa se lixam para a história. É aonde reside a força deles. Eles não estão nem aí se a história vai ler assim ou assado suas ações de brutalidade jurídica e de linchamento midiático.
 
Lixaram-se em todos os golpes, notadamente no de 64. A imprensa apoiou o golpe e o STF também. Tudo pelegagem da mais nobre cepa.
 
Eles não ligam porque são camaleões, mudam ao sabor do vento. Quando o golpe encheu o saco, a imprensa passou a apoiar as diretas. E o judiciário passou a posar de bonzinho.
 
Eles abominam história, querem eliminar a história dos currículos, desconhecem qualquer passagem histórica de qualquer país do mundo. Acham a geopolítica um meio para conseguir mais dinheiro para si. E, é claro, contam com a ignorância maciça da classe média e daqueles que se acham classe média para manter a pressão nos segmentos progressistas e inclusivos da sociedade.
 
Esse pessoal que enche a boca para falar mal do PT comove pela ingenuidade obediente. Trabalham de graça para um grupo de políticos com o maior desprendimento, levam suas vidas medíocres, fazendo seus trabalhos precários, fraudando seus impostos merreca, iludindo as fiscalizações igualmente sem caráter e sentando a bunda no sofá de noite, cansados, para ver o jornal nacional e poder destilar seu ódio para o dia seguinte.
 
História? História é coisa de comunista.
 
Moros, Gebrans e Dallagnois jamais tiveram em nenhum momento preocupação com a história. Preocupar-se com história exige muito caráter. As impressões e julgamentos soberanos do povo e das narrativas demoram muito, uma vida inteira. Quem está disposto a esperar tanto? Esse pessoal volúvel que se contenta com prêmio de Rede Globo? Óbvio que não.
 
Por isso, é melhor a gente começar a mudar o discurso que pressupõe a história como um valor a ser considerado. Não é e nem nunca será.
 
O jogo tem que ser jogado sem a história como aliada. Ela é aliada, claro. Mas uma aliada que não discursa, não processa, não prende, não debate, não estoura bombas, não se candidata, não insulta e não se ofende.
 
Caia-se essa ficha de uma vez: eles não se importam com a história. O negócio é o aqui e o agora. O negócio é sair para o embate com esse judiciário fraudulento e golpista. É ocupar a Rede Globo sonegadora de impostos. É mudar a constituição. É arrancar aqueles usurpadores de Brasília no peito e na raça.
 
É enfrentar esse posto avançado de corrupção e fraude que é o estado de São Paulo, administrado por essa confraria que é o PSDB, há 30 anos seguidos. É daqui que sai todo o dinheiro que alimenta a corrupção de grife do PSDB. Interrompa-se esse anestesista da fala mansa e cínica do palácio dos Bandeirantes o mais rápido possível, com estudantes, com movimentos sociais, com tudo.
 
Basta. A história não vai salvar ninguém. Ninguém vai deixar de ser morto ou de perder o emprego porque a história foi lá e estendeu a mão. Não. O presente é o campo de batalha. O presente é sem história. História é consequência. História é futuro. Quem morre, morre hoje.
 
O povo está sendo chamado e Lula está querendo dar a senha - resta saber se vão deixá-lo. Qual seja esta senha: ele não quer respeitar a decisão do TRF-4. Isso é uma inflexão. E não há porque fugir à luta.

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