O povo não vive nas manchetes de jornais. Por Sergio Saraiva

Sergio Saraiva - dezembro 1, 2017 - Mídia

Há dias seguidos, os jornais tem nos trazido notícias favoráveis ao governo. A economia cresceu e o desemprego caiu.
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Não.
Manipulação da informação.
A economia, na verdade, vem caindo desde a injeção de R$ 40 bilhões com a liberação das contas inativas do FGTS. O crescimento do trimestre que se encerrou em setembro de 2017 foi de apenas 0,1%. Para se avaliar o grau da queda, basta dizer que no trimestre anterior o crescimento tinha sido de 0,7%. E que após a liberação das contas, houve um salto de 1,3% do PIB no primeiro trimestre de 2017. Com tudo isso, o crescimento do PIB esperado para o ano de 2017 deve ficar em torno de 0,7% – ou menos.

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Anos atrás e os jornais estariam ridicularizando o governo com o termo “pibinho da Dilma”. Hoje, um aumento do PIB de 0,1% é motivo para comemorar o “fim da recessão”.
Pelo menos, nas manchetes.
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Quanto ao desemprego, a palavra “recuou” esconde um engodo, considera a diferença entre trimestres e não a taxa anual. Considerando o período de 12 meses, o desemprego aumentou de 11,8% para 12,2%. Houve um aumento de 698 mil pessoas desocupadas. São hoje quase 13 milhões.
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E, ainda assim, o “recuo” 0,6 pontos percentuais no índice de desemprego trimestral – no trimestre que se encerrou julho de 2017, o desemprego havia sido de 12,8% – se deu em postos de trabalho informais – 7 em cada 10 não têm carteira assinada.
A manipulação da informação não é novidade na imprensa nacional. Nos governos do PT, um maluco somou as crianças de mais de 10 anos de idade com os velhos de 65 ou mais e as donas de casa que não tralhavam para “provar” que a taxa de desemprego de 4,5% era mentirosa.
Pois bem, a pergunta é: a quem enganam? Somente aos que se autoenganam.
Mas não ao povo.
Divulgada a pesquisa IBOPE de dezembro de 2017 sobre a percepção da economia e o que temos é um brasileiro desesperançado com o futuro próximo. Enquanto, no final de 2016, cerca de 70% dos brasileiros esperavam um 2017 melhor – o brasileiro de então nunca desistia – hoje, 56% dos entrevistados creem que 2018 será igual ou pior a 2017.
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E 76% acham que 2018 ou não trará prosperidade ou será de maior dificuldade econômica.
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Esse é o povo que não precisa de ler manchete para entender o que se passa com seu bolso e concluir quem é o responsável por isso. Porca vita, porca miséria, governo ladro!
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