Fernando Brito: É isso a “salvação do Brasil”?

senso
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POR  · 20/12/2017

Ser de esquerda, revolucionário, transformador, ao longo da história, foi algo que sempre significou ter um alto sentimento de humanidade.
Mesmo quando a esquerda, em momentos revolucionários, usou da violência ela não foi – ou não deveria ter sido – gratuita e sádica.
O que Maluf roubou ao longo de sua trajetória política, roubado está e roubado continua.
Só dos casos de desvios de dinheiro de sua passagem pela prefeitura paulistana, alguns chegam a estimar que, corrigidos, chegam a US$ 1 bilhão. A multa que lhe foi imposta pouco passa de R$ 1 milhão.
E isso só é citado ou tratado no rodapé das sentenças e do noticiário.
O essencial é esta cena sádica que, acima, reproduzo do Estadão.

Há gente que se compraz em levar um caco humano, decrépito, para um cárcere.
Não, não há o que possa fazer de gente dotada de sentimentos humanos de sentir prazer nisso.
O gestor de Estado e de seu poder coercitivo – e o juiz é um deles – deve reger-se pelo interesse público e não há nem pode haver interesse público em levar um quase moribundo a uma cela prisional.
Se algum moralista ou patrulheiro quiser xingar-me, que xingue.
Sadismo, para mim, não é jamais justiça.
Maluf, a esta altura, deve ir para o lixo político, não para a Papuda. Está para morrer e morrer como vítima de gente má é uma honra que Maluf não merece.
Se algo lhe deve ser tirado, devem ser os milhões, não direito de cambalear, capengando numa bengala.
Se aceitamos, contra os nossos mais abjetos adversários, como ele, o escracho de um ser humano decrépito e  incapaz, tornamo-nos também abjetos.
E ajudamos a formar uma sociedade de sádicos, de maus, de impiedosos. E o ódio não é salvação, mas danação da qual é difícil livrar-se.
E num mundo assim não vale a pena viver, senão como um covarde como Luís Edson Fachin, um cristão que crê em Cristo muito menos  do que este ateu que aqui escreve.

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