Multinacionais driblam bilhões em impostos: Caso Nike.

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Por Simon Bowes - no PODER360 - 06/11/2017

Cinco dias antes do Natal de 2006, o diretor-executivo da Nike, Mark Parker, estava de bom humor em uma conferência por telefone com analistas de Wall Street.
“Então, como estamos?”, perguntou-se em voz alta, quase 1 ano depois de chegar ao posto. “Em uma palavra, eu diria que bem.”
Fez uma lista de conquistas recentes, incluindo uma breve menção a “1 acordo fiscal de longo prazo mais favorável na Europa”, segundo a transcrição de uma conversa. Isso, de acordo com ele, garantia-lhes “uma grande vantagem”.

Uma vantagem sobre quem ou o quê? Quão grande? O que implicava esse acordo favorável? Essas foram as perguntas que os analistas não fizeram. A mecânica da elisão fiscal (uso de mecanismos legais para evitar o rigor da cobrança de impostos) é raramente escrutinada nesse tipo de ligações, apesar do enorme aumento nos lucros que pode proporcionar e do dano que pode causar aos Fiscos nacionais.
Nos bastidores, autoridades da Holanda deram à Nike luz verde para 1 acordo de elisão de impostos por 10 anos, que permitiria à empresa enviar bilhões de dólares em lucro da Europa para as Bermudas.
A carga tributária da Nike não foi a mesma a partir daí. Nos 3 anos seguintes à conferência telefônica, os lucros depois do pagamento de impostos aumentaram assombrosos 55%, a US$ 1,88 bilhão. Isso se deu em grande parte por causa de uma queda na média das alíquotas de impostos que a empresa pagou pelo mundo, de 34,9% para 24,8% –a caminho de uma taxa de só 13,2% em 2016.

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