Em oposição à ração humana, agricultores e chefs promovem banquetaço em SP

SEGURANÇA ALIMENTAR
Ato será na próxima quinta-feira (16), em frente ao Theatro Municipal, e vai oferecer duas mil refeições feitas com alimentos que seriam descartados

por Rodrigo Gomes, da RBA publicado 14/11/2017

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Evento vai prover duas mil refeições à população, feitas com alimentos que seriam descartados
São Paulo – Agricultores que atuam nas zonas leste e sul da capital paulista, ativistas da segurança alimentar e chefs vão promover na próxima quinta-feira (16) um banquetaço em frente ao Theatro Municipal, no centro de São Paulo, em rechaço à proposta – já descartada – do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), de fornecer um granulado nutricional ultraprocessado para a população de baixa renda e os estudantes das escolas municipais. “É hora de soterrar as maneiras irresponsáveis e aventureiras de enfrentar o problema da alimentação das populações de baixa renda”, diz um trecho do manifesto de apresentação do ato.
Os grupos já estão arrecadando alimentos junto aos agricultores e em locais como centros de abastecimentos e hortas urbanas. No dia, serão produzidas duas mil refeições com os alimentos in natura, que serão distribuídas aos participantes do ato. Os chefs Alex Atala, Paola Carosella, Mara Salles, Marcelo Corrêa Bastos e Bel Coelho apoiam a mobilização.

O ato também vai servir de reivindicação para que a gestão Doria retome políticas que vinham sendo desenvolvidas nos últimos anos, revogue a Política Municipal de Erradicação da Fome e de Promoção da Função Social dos Alimentos, estabelecida pela Lei 16.704/2017, e garanta as medidas necessárias para implementação do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional da cidade de São Paulo, com ações propostas até 2020.
“A alimentação saudável, longe de ser uma mera equação nutricional, é um Direito Humano, que prevê a garantia de acesso permanente e regular e que exige o atendimento simultâneo de necessidades biológicas e culturais da cidadania. Ressaltamos, portanto, que as políticas públicas, como o Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional da cidade de São Paulo, o Programa de Agricultura Urbana e Periurbana, o Plano de Inserção Gradativa de Orgânicos na Alimentação Escolar, entre outras, são adequadas para garantir a plena realização alimentar dos paulistanos, caso adotadas e implementadas pelas autoridades públicas a que competem, de acordo com a ética pública”, destacam os organizadores.
Os agricultores de São Paulo também cobram a manutenção das Casas de Agricultura Ecológica (CAE) que dão assistência técnica para os agricultores do município. Atualmente, São Paulo possui duas CAEs, uma na zona sul e outra na zona leste. No entanto, desde o início do ano, as CAEs vêm sofrendo um processo de desmonte, com a demissão de vários servidores.
Eles reivindicam a revogação da Lei 16.704/2017, a reestruturação das Casas de Agricultura Ecológicas; a renovação do Programa Operação Trabalho (POT), na linha Hortas e Viveiros da Comunidade; o aumento do orçamento destinado à Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional (Cosan) – que teve seu orçamento reduzido em 94% na proposta orçamentária para 2018 –; a criação de programas de formação continuada em agroecologia e permacultura, promovidos, principalmente, pela Escola de Jardinagem (SVMA) e pelo programa Escolas Estufa; e a criação da CAE da zona norte. 
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