O 'trem da alegria' para a China e mais uma jornada de vergonha para Temer no exterior
No dia em que se comemorou um ano de golpe, presidente golpista escolheu o mesmo hotel em Portugal que a presidenta Dilma Rousseff, se hospedou em 2014
por Helena Sthephanowitz - na RBA - 01/09/2017
por Helena Sthephanowitz - na RBA - 01/09/2017
BETO BARATA/PR
Temer viajou com dois aviões: um Airbus da presidência, e um Boeing 767-300ER, alugado por US$ 19,8 milhões
São Paulo – Um dia após a Secretaria do Tesouro Nacional anunciar um rombo de R$ 20 bilhões em julho, o pior, em 21 anos – o que significa que a arrecadação ficou abaixo das despesas do governo e que, portanto, a economia segue em recessão –, Temer montou um "trem da alegria" para ele e sua comitiva viajarem para a China: além do Airbus da presidência, um Boeing 767-300ER, alugado pela FAB por US$ 19,8 milhões.
Na comitiva de Temer, estão alguns assessores, os ministros Maurício Quintella (Transportes), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), Osmar Terra (Desenvolvimento Social), Blairo Maggi (Agricultura), Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores) e Dyogo Oliveira (Planejamento). Entre os deputados, embarcaram José Carlos Aleluia (DEM-BA), Beto Mansur (PRB-SP), Carlos Marun (PMDB-MS), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Fábio Ramalho (PMDB-MG), Rogério Rosso (PSD-DF), Mauro Pereira (PMDB-RS), Fausto Pinato (PP-SP), Mauro Lopes (PMDB-MG), José Reinaldo (PSB-MA) e Fabio Garcia (PSB-MT).
Detalhe: a "caravana" protagonizou um "momento vergonha" em Portugal, onde Temer, os sete ministros e 11 deputados pernoitaram no badalado e caríssimo hotel Ritz Four Seasons, no dia em que se completou um ano do afastamento de Dilma Rousseff, por conta do golpe comandado por Temer.
O hotel, de acordo com matérias publicadas na imprensa, tem diárias em torno de US$ 15.100. Um custo elevado e um gasto desnecessário já que nenhum dos onze deputados apresentou agenda de trabalho na China. Soa também contraditório com o discurso de Temer que, na semana passada, anunciou cortes orçamentários e o aumento da previsão de rombo das contas federais neste e nos próximos três anos.
Além do mais, pareceu até provocação, já que se trata do mesmo hotel em que Dilma Rousseff se hospedou, em 2014, em escala retornando do Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Na época, os partidos de oposição – inclusive os parlamentares que agora embarcam no trem da alegria para a China, depois te terem enterrado o processo de corrupção contra Temer – pediram a abertura de inquérito civil público na Procuradoria-Geral da República contra a presidenta.
Na representação, o PPS solicitou ao Ministério Público Federal uma ação de improbidade administrativa por gastos da comitiva presidencial durante a parada. O PSDB, representado pelo senador Aécio Neves, (sempre ele), hoje denunciado em oito inquéritos no Supremo, ingressou com uma representação contra Dilma na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, afirmando que a presidenta havia infringido o código de conduta da administração federal.
Todas as representações foram arquivadas.
Enquanto isso, por aqui surgem rumores sobre uma nova delação que pode complicar ainda mais a situação de Temer. O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, estaria preparando uma outra denúncia contra Temer e que novamente envolve a JBS, além do doleiro Lucio Funaro.
A conferir e a lamentar que todas as viagens de Temer têm sido marcadas por situações constrangedoras, sem conseguir encontros privados com chefes de Estado e apenas gastando muito dinheiro público por nada ...
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