Kiko Nogueira: A longa manus dos Marinho na capa canalha do Globo.
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O responsável pela capa canalha do Globo associando as malas de dinheiro no “bunker” de Geddel à denúncia de Janot contra Lula e Dilma é Ascânio Seleme, diretor de redação (com todo respeito, nome de xarope contra a tosse dos anos 40).
Evidentemente que Ascânio é apenas a longa manus de João Roberto Marinho, presidente do Conselho Editorial e dono do negócio.
Assim como usa Moro para tentar destruir Lula, a Globo se pendurou em Janot para derrubar Michel Temer.
Os primeiros áudios de Joesley Batista saíram na coluna de Lauro Jardim.
Na segunda, Janot se adiantou a um escândalo inevitável e admitiu que: seu auxiliar direto, Marcelo Miller, ao que tudo indica, participou de ações ilegais durante o processo de delação da JBS; Joesley Batista e Ricardo Saud, diretor da empresa, omitiram informações; o acordo de colaboração terá de ser revisto.
No auge da desmoralização da Lava Jato e do MPF, Janot tira da cartola uma releitura do powerpoint de Dallagnol e acusa Lula de ser o chefe de uma organização criminosa.
Pronto. Para a Globo, quando seu compromisso é alimentar uma massa indigente, o prato a ser servido será sempre alfafa.
O editorial desta quarta é leniente com o companheiro PGR. “Janot fez bem ao suspender o acordo, e isso reforça o instituto da colaboração premiada”, lê-se.
A primeira página antológica é um tributo a essa parceria, ao jornalismo de guerra e à fé na imbecilidade alheia. Daqui a uma semana Miriam Leitão vem se queixar de que Bolsonaro cresce nas pesquisas.
Não se abandona um companheiro na estrada. Por isso o silêncio ensurdecedor sobre o imbroglio envolvendo a mulher de Sérgio Moro, Rosângela, e um doleiro investigado.
Você transforma esses homens em herois, eles acreditam no papel, passam a colaborar com você — e depois como explicar que tinham, digamos, pés de barro?
Num debate promovido pela Globo no final de agosto, intitulado “E Agora, Brasil?”, Janot contou seus planos para quando se aposentar: escrever dois livros sobre a Lava Jato e “manter o foco no combate à corrupção no mundo corporativo”.
Na ocasião, Ascânio Seleme falou sobre a profissão. “Nosso papel, além de informar, é prestar serviço à comunidade. E a gente cumpre esse papel todo santo dia. Queremos levar para o nosso público informação de qualidade e, sempre que possível, exclusiva, em todas as plataformas”.
O resultado? Esse lixo.
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