Scott Humor: Rússia expulsa diplomatas e agentes de inteligência norte-americanos
30/7/2017, Scott Humor, The Vineyard of the Saker
Nos últimos dias de 2016, era impossível não 'tomar conhecimento' de que 35 diplomatas russos estavam sendo expulsos dos EUA, e propriedades do governo russo estavam sendo confiscadas.
A cada cinco minutos, em todos os canais, lá estavam cenas de pessoas soterradas por malas e crianças, à espera numa pista molhada que algum avião as salvasse, porque não tinham autorização sequer para permanecer sob o teto do prédio do aeroporto.
Também lá estava sempre a mesma cena, parecia, de uma casa modesta, vermelha, de três pisos, da virada do século, com uma pequena fonte no jardim e uma cerquinha perto da água, sempre apresentada como um "centro dos serviços secretos russos", embora não se visse sequer uma antena de satélite daquelas que abundam em torno das embaixadas dos EUA pelo mundo, como na Ucrânia, por exemplo, ou na Venezuela.
Mas foi difícil encontrar qualquer informação sobre os diplomatas norte-americanos expulsos da Rússia. Fox News fez um anúncio de 24 segundos [vídeo].
Na CNN a notícia usou 1'37".
A Bloomberg TV, num segmento de 1'19" perguntava se "o Legislativo estará comprometendo a política exterior?", mas logo resolvia que foi simples "olho por olho".
Todos esses canais concentraram-se nas propriedades e no Senado, que estaria fazendo funções "do Executivo", para dizer que o presidente estaria perdendo seu poder de comandar a política exterior. Na essência, só deixaram ao presidente o reles poder de visitar departamentos locais de Política e dar a tacada inicial em jogos de baseball, enquanto Tillerson fazia 'declarações' de três linhas.
Para quem viva "Fora dos EUA Contíguos [ing. Outside [the] contiguous United States, OCONUS, incluindo Havaí, Alasca], significa que os EUA não teriam a quem falar diretamente. E que a política exterior dos EUA ficará "sem cara", agora que não se pode mais contar com McCain depois da cirurgia no cérebro. Ano passado, escrevi que se aproximavam tempos em que falaríamos de John F. Kerry como um bom sujeito. Pois chegaram.
Exceto a PBS, nenhum daqueles anúncios jornalísticos mencionava o número de diplomatas dos EUA expulsos da Rússia. PBS, empresa de comunicação que pertence ao governo, revela a extensão da operação, como "a retaliação de Moscou contra as sanções dos EUA é importante escalada".
O correspondente da PBS, Nick Schifrin, noticiou que em 1º de setembro, os EUA têm de reduzir a 455 seu pessoal na Rússia, na embaixada em Moscou e nos três consulados que mantêm no país. Na 2ª-feira, perderão acesso ao prédio de armazéns em Moscou e a uma casa de campo que o pessoal da embaixada usa nos arredores de Moscou.
No caso de propriedades da Rússia, elas foram "tomadas" [ing. seized]. Mas os EUA apenas "perderam acesso" a suas propriedades em Moscou. A linguagem é importante, porque reflete o que é hoje o direito de propriedade, como adiante ilustrarei.
A PBS também explica devidamente o motivo pelo qual se trata de importante escalada. "Ex-funcionários dos EUA disseram que há de 1.100 a 1.500 funcionários na Rússia. Assim sendo, reduzir esse pessoal a 455 pode significar expulsar centenas e centenas e centenas de funcionários dos EUA. É operação incomparavelmente mais ampla que os 35 russos supostos agentes da inteligência que o presidente Obama expulsou ano passado.
[À 1h40] "Claramente o anúncio feito hoje visa a afetar não só a habilidade dos EUA para manter inteligência na Rússia, mas toda a habilidade do governo dos EIA para manter suas operações na Rússia."
"Pode ser um ponto de virada, porque parece que a ação significa que o presidente Vladimir Putin perdeu definitivamente qualquer esperança de que o relacionamento possa ter alguma melhora. "
"Um funcionário russo disse-me hoje: "Chegamos ao ponto em que já não há qualquer esperança."
Dia 29/7/2017, em resposta, o Departamento de Estado lançou declaração brevíssima assinada pelo secretário de Estado Rex W. Tillerson, em que diz que os EUA iniciaram a guerra de sanções contra a Rússia com o objetivo de melhorar o relacionamento entre duas grandes nações, porque o povo dos EUA acredita firmemente que qualquer guerra que os EUA façam contra qualquer país tende sempre a aprimorar muito as relações com o tal país atacado.
Se não é bem isso, isso é o que se entendeu da tal declaração, aqui na Rússia.
"Os votos quase unânimes a favor da lei das sanções no Congresso manifesta o forte desejo do povo norte-americano de ver a Rússia tomar medidas para melhorar as relações com os EUA. Esperamos que haja cooperação entre nossos países nas grandes questões globais e que essas sanções deixem de ser necessárias.
Trabalharemos bem próximos de nossos amigos e aliados para garantir que nossas mensagens para Rússia, Irã e Coreia do Norte sejam claramente compreendidas."
Aí está. Essencialmente, o secretário atribui a culpa por essa crise diplomática sem precedentes e pelas tensões militares, ao povo dos EUA – povo norte-americano o qual supostamente muito deseja forçar a nação russa a submeter-se ao que lhe ordenem os EUA.
Aqui, peço vênia para discordar. Desde o fim da 2ª Guerra Mundial, só se elegeram nas eleições nos EUA candidatos que prometeram melhorar as relações com a Rússia. Nenhum dos que prometeram jamais cumpriu a promessa. Talvez com a exceção de Bush Filho, mas há controvérsia.
Na declaração do sábado, Tillerson não deixa qualquer brecha para qualquer esperança de qualquer melhoria nas relações bilaterais. Avisa os aliados dos EUA que eles serão fortemente pressionados para se unir a essa guerra de sanções e a se alinhar, mudos e obedientes, sob o comando dos EUA.
Aliás, foram impostas sanções ao Irã, Rússia e Coreia do Norte, mas só a Rússia recebeu ordens para cooperar nas "grandes questões globais".
Tillerson nada especifica sobre o que seriam as tais "grandes questões globais". Assim sendo, não importa o que a Rússia faça no sentido de concordar com a cooperação, os EUA sempre poderão continuar a repetir que queriam dizer coisa muito diferente.
É impossível saber o que implica nesse caso o tal "forte desejo do povo norte-americano", porque os referenda, como modalidade de democracia direta são banidos nos EUA. Se se analisam de modo absolutamente nada científico as opiniões dos leitores de Zero Hedge, pode-se opinar que o povo quer resposta mais dura, dos russos; que a ideia de paridade no número de diplomatas nas respectivas embaixadas é excelente.
Agora, cada vez que norte-americanos expulsarem russos, expulsarão também os próprios conterrâneos. Jogada altamente putinesca. Além disso, agradeçam ao estado profundo a grande melhora que se observa nas relações entre Rússia e Alemanha e Europa. Ucrânia foi aquela desgraça, e a Rússia ficou com a Crimeia, o que converteu todo o exercício em caríssimo desperdício. Muitos concordam em que a Europa já deve ter percebido que os EUA é pilha de lixo moribundo e que o futuro está mesmo é com China, Rússia, Índia, etc.
Muitos também já devem ter percebido que a China não deixará de anotar o evento dessas sanções sem noção e descabidas contra a Rússia, baseadas em mentiras. Logo a China, que sabe que ninguém, em nenhum caso, pode confiar nos EUA. Acordo que se assine com eles hoje, amanhã já nada significa. Por isso as sanções empurraram a China para mais perto da Rússia.
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Enquanto o presidente Putin falava na Finlândia sobre leis internacionais e as regras e regulações da Organização Mundial do Comércio, Tillerson chega e 'declara' que as ações dos EUA são governadas pelo "forte desejo do povo norte-americano", substituindo a vox populimanifesta, por um punhado de políticos, que decidem todas as leis e regras e acordos jamais inventados.
Em três frases, Tillerson declarou que o governo dos EUA é "недоговороспособное" – "incapaz para acordos", que as práticas dos políticos norte-americanos atropelam todas as leis internacionais, como faz qualquer estado bandido [orig. rogue state]. Tentar raciocinar com o atual governo dos EUA é perda de tempo.
Pessoalmente, gosto de Tillerson. É um típico empresário Republicano. Talvez surpreenda muitos, mas quase todos eles são realmente gente decente. Estou falando dos que presidem empresas de verdade, não os gângsteres que fabricam dinheiro do nada. Tillerson não passou por lavagem cerebral e nunca foi visto falando ou escrevendo sobre "valores democráticos" e outras dessas baboseiras neoliberais. Diz o que é. Diz que o governo dos EUA é trem sem freios, e que não há como ou ele ou Trump pararem o trem nessa corrida alucinada para o abismo, com o trem arrastando também muitos amigos e aliados.
Até esse momento, Trump não tuitou uma palavra sobre a nova lei de sanções anti-Rússia.
Desde as eleições presidenciais, os EUA parecem que só decaem rumo ao caos, mas visto de perto o caos é orquestrado e irrelevante.
O movimento político geral do país não mudou muito e continua a trilha geral das políticas neoliberais de Obama/Clinton. O paraestado supranacional tem de devorar pelo menos um país por ano, para ter dinheiro que pague seus exércitos de mercenários e engenheiros políticos. Há uma revolução colorida em andamento na Venezuela; até aqui não teve sucesso porque há forte apoio popular e militar ao governo eleito no país. E a Rússia também está apoiando decididamente a ordem legal, ao lado de outros aliados do governo Maduro, fazendo o serviço de informação, acompanhamento e contenção da tentativa de golpe, exatamente como aconteceu há um ano, na Turquia.
A decisão da 6ª-feira, 28 de julho, de evacuar famílias e alguns dos funcionários da Embaixada Americana na Venezuela, indica que oputsch falhou; com isso, foi iniciada uma operação de retirada e recolocação de agentes dos EUA.
Paralelamente, também se veem esforços em andamento para minar a estabilidade política na Rússia para as próximas eleições presidenciais, em março de 2018. Já discutimos regularmente diferentes aspectos desse processo, mas para os que não tenham acompanhado: está em desenvolvimento uma fórmula básica de revolução colorida. Há três grupos de oposição ideológica não sistêmica dos liberais democratas, de "comunistas" e de patriotas nacionalistas; esses todos querem levar o país a uma "revolução" que derrubaria não só o governo eleito, mas o país inteiro. Nenhum desses grupos tem qualquer programa para "o dia seguinte".
Há algo em comum que liga todos eles: são controlados e pagos pelo governo 'ocidental' e por instituições privadas coordenados pela Embaixada dos EUA. Todos esses grupos e agentes estão sendo observados bem de perto pela inteligência russa e pela parte mais ativa da população.
Há blogs dedicados a fotografar e relatar os movimentos e atividades dos membros de grupos da oposição. Quem leia essas reportagens pode ver que a oposição russa gravita em torno de uns poucos centros – invariavelmente em torno da Embaixada dos EUA em Moscou e dos Consulados em São Petersburgo, Yekaterinburgo e Vladivostok.
Na Rússia se fala de "estragar o barbacue dos norte-americanos". A real extensão do processo não é óbvia logo à primeira vista, por causa do segredo que cerca todas as atividades da Embaixada dos EUA na Rússia. Os funcionários russos não estão divulgando qualquer informação; o que se encontra nas fontes abertas é informação recolhida por jornalistas, blogueiros ou analistas.
Eis aqui, adiante, uns poucos fatos que você dificilmente encontrará em outro veículo de informação.
Na 6ª-feira pela manhã, dia 28 de julho, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia ordenou que os EUA reduzam o número de seu pessoal diplomáticos e trabalhadores na Embaixada em território russo, de tal modo que o número de funcionários de missões diplomáticas dos EUA na Rússia seja sempre igual ao número de funcionários de missões diplomáticas da Rússia nos EUA, contados a partir de dezembro, quando o ex-presidente Obama ordenou que 35 diplomatas russos deixassem os EUA. Naquele momento, dizem os registros oficiais, a Rússia tinha 455 servidores nos EUA.
Pouca gente contudo compreende que não importam esses números, mas o princípio da paridade – países sempre cuidam de ter o mesmo número de pessoas nas correspondente embaixadas. Mas desde os anos 1990s, os EUA mantêm representações muito mais numerosas em território russo, que os russos em território dos EUA.
Sabe-se, da PBS, que os EUA têm algo entre 1.100 e mais de 1.500 funcionários na Rússia.
Essa força de trabalho será reduzida para 455. Se, contudo, os EUA decidirem expulsar mais diplomatas russos na 2ª-feira, como retaliação, o mesmo número será somado aos norte-americanos expulsos da Rússia. Até, pode-se temer, que não reste ninguém, porque já se sabe que os senadores dos EUA não são seres racionais, são dados a surtos de ódio incontrolável, dentre outras lamentáveis demonstrações públicas de senilidade. Pessoalmente, creio que o passo seguinte será os EUA ordenarem que a ONU cancele os vistos dos diplomatas russos que servem na ONU.
Há também uma situação muito interessante e delicada com os embaixadores, porque, dia 26 de julho, o senado dos EUA indicará o novo embaixador à Rússia.
"O Senado dos EUA deliberadamente adiou a sabatina para confirmar o nome do ex-governador de Utah Jon Huntsman como novo Embaixador dos EUA na Rússia", disseram fontes diplomáticas russas ao jornal Izvestia. Segundo diplomatas entrevistados pelo jornal, se houver troca simultânea na chefia das duas missões diplomáticas, os dois novos embaixadores assumirão os postos praticamente ao mesmo tempo.
Washington já aprovou as nomeações de vários embaixadores para vários países, mas a sabatina do novo enviado a Moscou ainda não aconteceu. Uma fonte no Departamento de Estado dos EUA, falando ao jornal, disse que estão à espera da indicação do novo embaixador para a Rússia, mas não têm meios para apressar o procedimento.
A Embaixada dos EUA em Moscou também disse que não tem informação sobre o assunto, porque o Senado dos EUA nada informa, sobre coisa alguma, a ninguém, nunca.
Por causa disso, "Moscou não pode enviar o vice-ministro de Relações Exteriores Anatoly Antonov para substituir Sergey Kislyak que já deixou Washington, e o Embaixador John Tefft espera pela chegada de Huntsman."
Até sábado, 29 de julho, Putin não havia assinado o decreto de nomeação do novo embaixador russo aos EUA, como disse [o porta-voz] Peskov.
A situação já é igual à da Ucrânia, com dois países que não têm os respectivos embaixadores nas respectivas embaixadas.
Os imóveis (as propriedades) diplomáticas
Os russos estão cancelando, a partir de 1º de agosto, a autorização de uso de todas as instalações de depósito e armazenagem na Rua Dorozhnaya em Moscou, e de um chalé em Serebryaniy Bor próximo da Embaixada dos EUA na Rússia.
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Prédios e instalações dos EUA em Moscou: O que perdem e o que podem manter (FOTOS)
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A Rússia tem várias grandes propriedades que foram tomadas [orig. seized] pelo governo dos EUA. É proprietária também do prédio da Embaixada russa em Washington, D.C. São propriedades que a Rússia Soviética comprou nas décadas dos anos 1930s aos 1950s.
Os EUA são proprietários do prédio onde está instalada a embaixada em Moscou. Todos os demais prédios em toda a Rússia, inclusive a Residência Spaco, onde moram os embaixadores dos EUA são propriedade dos municípios, cedidas em regime de leasing. O contrato deleasing das propriedades em Moscou expirará em 2049. Os EUA não pagam pelas propriedades em Moscou: usam gratuitamente.
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Questões de pessoal
A decisão do governo russo deixa aos EUA total liberdade para decidir quem fica e quem deve sair.
Como já disse acima, as atividades da oposição russa dependem integralmente da Embaixada dos EUA. Pelo que se sabe, membros da oposição recebem lá instruções, dinheiro e apoio de inteligência. Depois de décadas de atividade, os EUA desenvolveram um exército de agentes, e construíram suporte estrutural para as políticas norte-americanas dentro da sociedade russa. Agentes de inteligência dos EUA trabalham na Rússia com passaportes diplomáticos. A remoção repentina de 1.00o desses personagens deve causar devastação nos processos de revolução colorida dos EUA, que estão em andamento nesse preciso instante e que foram pensados para se intensificar conforme se aproxime a data da eleição presidencial.
Mesmo assim, a Rússia não tinha razão legítima para expulsar aquela gente, até que Obama tomou a nefasta decisão de expulsar diplomatas russos.
Em dezembro passado, o presidente Putin disse que a retaliação ficaria à espera, sempre esperando alguma melhoria nas relações bilaterais. No Senado dos EUA entendeu-se que Putin esperava para expulsar 35 diplomatas e ficar com a churrasqueira deles, a qual, de qualquer modo, seria inútil no inverno. Na primavera, pensaram eles, talvez o Kremlin já tivesse outro morador. Os EUA só fazem reunir tropas da OTAN junto às fronteiras da Rússia e treinar centenas de milhares de mercenários do Leste Europeu, para o caso de a parte liberal do governo russo tomar o poder e convocar a invasão pela OTAN, bloqueando 'preventivamente' qualquer reação russa.
Se vocês recordam, semana passada o programa Real Sports da HBO entrevistou Ramzan Kadyrov.
Kadyrov disse que "os EUA não são de fato estado suficientemente forte para que o consideremos como inimigo da Rússia. Temos governo forte e somos estado nuclear. Ainda que nosso governo fosse completamente destruído, mesmo assim nossos mísseis nucleares seriam automaticamente mobilizados. Sempre poderemos pôr o planeta todo de joelhos e comer-lhe o rabo."
É comentário que com certeza obriga a analisar em perspectiva a insistência dos EUA em fazer guerra à Rússia. E nessa declaração é provável que Kadyrov mais acerte, que erre."
Como ilustração, tomem 31 de outubro de 2015.
"Horas depois que o voo Metrojet 9268 A321 que transportava russos que voltavam de férias explodiu no céu sobre o Sinai dia 31 de outubro de 2015, o presidente Putin não foi à TV para falar ao povo russo. Imediatamente muitos questionaram por que não fora. Muitos observadores também perceberam que antes desse ato terrorista e horas depois dele houve um fluxo coordenado de mensagens nas mídias sociais declarando que aviões russos passariam a despencar do céu em todos os cantos do mundo até que, imaginem só, os russos se rendessem a algum tipo de força misteriosa. Se você for ao Twitter e pesquisar talvez ainda encontre alguma daquelas mensagens, mas a maioria delas evanesceram misteriosamente tão coordenadamente quanto surgiram. E aviões russos não começara a despencar dos céus às centenas, como as mensagens profetizavam.
Mas… Onde esteva o presidente Putin durante várias horas entre a explosão do avião e a conversa que teve com o ministro da Defesa, Shoigu, sobre as notícias?
Minutos depois do ataque terrorista contra o jato russo de passageiros, o centro de comando estratégico embarcado, instalado a bordo de uma aeronave Ilyushin Il-80, decolou.
Imediatamente depois, longe de lá, nos EUA, Obama foi rapidamente extraído de Washington em seu helicóptero e o "aviãoDoomsday" dos EUA também decolou e pôs-se a voar em círculos. As forças nucleares russas montaram mira contra os principais alvos nos EUA. Aparentemente alguma conversa houve entre russos e washingtoneses.
Quando o presidente Putin finalmente reapareceu no noticiário, muitos comentaram que tinha ares de que "tirara uma tonelada das costas".
Entre comemorações ruidosas entre alguns europeus e norte-americanos, que comemoravam a morte de tantos passageiros russos, parece que ninguém se deu conta de que aquele podia ser o último dia deles mesmos sobre a Terra.
Estou relembrando esse pequeno factoide para ilustrar que o governo russo não se porá a pular sem direção, quando se tratar de preservar a paz e a estabilidade do país. E qualquer tentativa de agredir a paz e a estabilidade dos russos será imediatamente repassada – militarmente falando – de volta a Washington. É o que determina a nova Doutrina Militar 2014 da Rússia."
Muito frequentemente Kadyrov dá 'recados' que outros oficiais russos não podem dar. Para atualizá-los: segundo a nova Doutrina Militar, a revolução colorida é ato de guerra contra a Rússia. Segundo a mesma doutrina, a Rússia não terá guerra em solo, e quaisquer atos de guerra serão respondidos com ataque nuclear contra agressores potenciais. Tudo isso, não porque nós russos sejamos "o mal", mas porque depois de um século de guerras e do Terror Vermelho e do Terror Liberal, os russos simplesmente não temos gente para guerras em solo.
É pura especulação, mas acho que é possível que a expulsão de 35 diplomatas russos e o parto da Lei n. 722 do Senado tenham sido orquestrados pela inteligência dos EUA com o acordo de Trump e de Putin, para criarem uma desculpa para remover mais de 1.000 agentes operadores do estado profundo que só trabalham, tempo integral, para fomentar a situação de revolução colorida na Rússia. Dessa perspectiva, remover da Rússia os agentes operadores de subversão qualifica-se perfeitamente como ação para "drenar o pântano".
Assim postas as coisas, nem se deve culpar Trump por assinar a lei, porque a decisão russa foi anterior. O presidente não tuitou uma linha sobre isso. A PBS ofereceu explicação perfeitamente razoável para a situação. Todos os veículos da mídia-empresa liberal foram desviados do centro sensível da questão.
É como se todos tivessem a intenção de encobrir o assunto e tirar a questão da área de observação pública, como se nunca tivesse acontecido.*****
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