Lula: "Que a juventude assuma o destino desta nação"


Ricardo Stuckert
  
"Eles se enganam ao pensar que tentando tirar o Lula da política eles resolverão o problema deles. O Lula é só uma pessoa. O que eles precisam temer são os milhões e milhões de pessoas que não querem mais viver sob complexo de vira latas... Que a juventude assuma o destino desta nação", afirmou.

"Se eu, que estudei menos do que muitos de vocês, cheguei a presidente da República, vocês têm obrigação moral e política de serem mais do que eu. Vocês têm de assumir a responsabilidade de fazer aquilo que acham que eu ou outros políticos deveriam fazer", conclamou o ex-presidente.

"Não sejam tão desinformados quanto eu, que aceitava a propaganda na televisão, dizendo que ninguém deve gostar de política, que política não presta, que na política só tem ladrão", frisou Lula. 


Ele rebateu a campanha da antipolítica disseminada pela grande mídia e pela direita conservadora. "Eu era sindicalista e dizia que não gostava de política e não gostava de quem gosta de política. A elite me adorava. Diziam que eu era o 'sindicalista puro', que não queria poder, só aumento de salário", contou.

Ele destacou que a mudança de seu pensamento aconteceu quando o governo militar tentou fazer uma lei proibindo o direito de greve a várias categorias. "Fui a Brasília e, em todo Congresso, só tinha dois deputados metalúrgicos. E eu percebi que eu estava sendo um grande babaca. Como eu queria que os deputados votassem projetos de interesse do trabalhador se no Congresso não tinha trabalhador?, resgatou o ex-presidente, afirmando que a partir daí que surgiu a ideia de fundar um partido político.

"O Congresso Nacional ou a Assembleia da Bahia representa o comportamento de cada um no dia da eleição. Às vezes você xinga um cara de ladrão e nem lembra que um dia votou nele. Nem lembra o que ele prometeu que ia fazer para poder cobrá-lo", destacou.

Formatura na Unilab

Lula também participou da formatura da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), da qual foi patrono, em São Francisco do Conde.

"Enquanto eu tiver força eu irei lutar para que não haja nenhum corte nos benefícios que um jovem africano recebe para estudar nesse país. Para a educação não há limites. É o mais importante investimento que um país pode fazer se quiser ser soberano", disse Lula, que cumprimentou um a um os estudantes que se formavam.

A Unilab foi a 14ª universidade criada durante seu governo. O ex-presidente destacou a importância do investimento em Educação e disse que "o Brasil é uma extensão do continente africano que um dia a geologia separou. Mas nossos corações estão unidos".

"O título de doutor honoris causa é o diploma de vocês. Levarei no meu coração o dia de hoje", enfatizou Lula. Ele classificou o preconceito como "uma doença" que temos que vencer.

"O Brasil não está fazendo favor quando oferece bolsa de estudo. O Brasil está pagando cada centavo, séculos de dívidas", completou. 


Do Portal Vermelho, com informações de agências

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