Dois dias antes do final da Lava Jato de Curitiba, Dallagnol promovia palestra sobre a operação. Por Kiko Nogueira
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O fim da força-tarefa da PF em Curitiba já vinha sendo especulado desde que Michel Temer nomeou Torquato Jardim para o ministério da Justiça e estava no roteiro do estancamento da sangria de Romero Jucá no clássico grampo com Sérgio Machado.
Jardim era um sabonete com relação à permanência de Leandro Daiello na direção da Polícia Federal. Culminou numa coletiva maluca em que cada um respondeu o que quis.
Um ou outro daqueles valorosos procuradores que falavam pelos cotovelos quando o assunto era Lula se manifestou.
Na noite de quarta-feira, 5, Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que o grupo “deixou de existir. Não há verbas para trazer delegados”.
“Mas para salvar o seu mandato, Temer libera verbas à vontade”, completou.
Uma falácia usada à farta na campanha difamatória contra o governo Dilma era justamente a de que, no plano de dominação bolivariano, a Lava Jato seria destruída pelos comunistas.
Coxinhas foram às ruas com estandartes alertando sobre o ataque a seus super herois.
Onde estão eles agora? Em casa, abraçados com a corriola que colocaram no poder, chorando ou fingindo que não é com eles.
O legado da República de Curitiba está nesse lusco fusco da criação de savonarolas que faturaram em cima de um líder político e um partido para fomentar um golpe.
Viraram superstars, deram entrevistas, ganharam dinheiro e fama com palestras — e agora voltam ao anonimato, de onde só saíram em direção aos holofotes enquanto foram úteis.
Na última vez em que se ouviu falar de Deltan Dallagnol, ele estava novamente promovendo um evento auto congratulatório:
“Venha conhecer pessoalmente os procuradores da Lava Jato em Curitiba e ficar por dentro do que está acontecendo na operação – em primeira mão!! Todo o dinheiro dos ingressos será revertido para a APAE, ajudando uma boa causa. Chame seus amigos de Curitiba. Espero Vocês lá, nesta terça-feira à noite”, escreveu em suas redes sociais.
Isso foi na terça, dia 4. Ou seja, ou estava vendendo o que não tinha ou estava mal informado.
Agora falta ver o que fazer com Moro, mas não vai demorar.
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