PGR pode enforcar Temer se comprovar que ele fez duas ligações para “agradecer” as flores de Joesley
Os personagens da novela mexicana, inclusive Flora, a das flores, mãe de Joesley |
Da Redação - VIOMUNDO - 07/06/2017
Michel Temer e sua esposa Marcela voaram no avião PR-JBS até Comandatuba, na Bahia, para participar de um evento do lobista João Doria, em 2011. Temer era vice-presidente.
O vôo seguiu de São Paulo até Comandatuba, de lá para Brasília e, dois dias depois, fez a rota Brasília-São Paulo. Temer teria voado em outra oportunidade no mesmo avião, para Porto Alegre.
O Learjet, como sugere o prefixo, pertence a Joesley Batista, o dono da JBS, ao qual Temer se referiu como ‘falastrão’. Depois de revelada a gravação da conversa entre os dois, à noite, no porão do Palácio Jaburu, Temer sugeriu que não tinha intimidade com o empresário — embora, na ocasião, tenha ouvido sem reagir, à confissão de crimes cometidos pelo dono da JBS, como o pagamento de propinas.
Joesley afirma ter conhecido Temer em 2010. O empréstimo do jatinho seria uma demonstração da intimidade entre os dois. Primeiro, o Planalto negou os vôos. Depois, disse que Temer voou sem saber quem era o dono do aparelho.
Porém, o vice poderá ser abatido pela própria crise de ciúmes que teria tido, segundo descrito por Joesley.
Ao voar à Bahia, Temer encontrou flores deixadas a bordo pelo empresário. Para não causar mal estar, o comandante do Learjet afirmou que se tratava de um presente da mãe de Joesley ao casal Temer-Marcela.
Possivelmente enciumado, o vice-presidente ligou para Joesley para agradecer e, em seguida, fez questão de fazer o mesmo com a mãe dele, Flora Batista.
O rastreamento destas duas ligações pela Procuradoria Geral da Justiça pode enterrar de vez as mentiras de Temer sobre o episódio. Ou o simples depoimento de Flora.
Trata-se da continuidade desta verdadeira novela mexicana, que seria cômica não envolvesse a autodestruição de um país.
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