Operação Manus revela influência de Eduardo Cunha e Henrique Alves no Judiciário
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Grampos da Polícia Federal na operação Manus, um desdobramento da Lava Jato, mostra que Eduardo Cunha e Henrique Alves agiram no Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior do Trabalho, Procuradoria Geral da República e Tribunal Regional Federal da 5ª Região (que, inclusive, julgará essa investigação contra os ex-deputados) para atender os interesses da OAS.
Segundo o procurador Rodrigo Teller, a análise de telefonemas e mensagens mostra conexão entre Cunha e Alves - preso nesta semana pela PF - aos terminais usados pelo ministros Ari Pargendler, Gilson Dipp e Benedito Gonçalves, todos do STJ.
No Tribunal do Trabalho, Alves teria contato com o ministro Emmanuel Pereira, cujo chefe de gabinete, Luiz Cláudio Gonçalvez, teria sido acionado para tratar de assunto de interesses da empreiteira. Na OAS, a interlocução com Cunha era feita pelo diretor jurídico Bruno Brasil.
Uma das mensagens interceptadas pela PF mostra Cunha dizendo a Leo Pinheiro que precisa conversar com ele sobre ação do TRF relacionada a "Recife", envolvendo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), além da eleição em Natal e Rio.
Outra evidência colhida no grampo diz respeito ao ministro Emmannoel Pereira. Seu filho, Erick Wilson Pereira, teria sido usado por Leo Pinheiro para "tratar de tema da alçada do TRF-5", mostra uma conversa do ex-sócio da OAS com Henrique Alves. O MPF tem registro de 118 contatos trocados entre Pereira, Henrique Alves e Eduardo Cunha.
Além disso, há 25 ligações dos terminais de Alves e Cunha para Emmanoel Campelo de Souza Pereira, outro filho do ministro do TST, nomeado para o Conselho Nacional de Justiça entre 2012 e 2016, pela Câmara dos Deputados.
Procuradores, os envolvidos negaram as acusações ou não quiseram comentar - caso do STJ. As informações são do Valor.
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