DORIA FECHA COM TEMER E SE OPÕE À VOLTA DA DEMOCRACIA
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SP 247 – Um dos responsáveis pelo apoio do PSDB a Michel Temer, rejeitado por mais de 90% dos brasileiros, é o prefeito de São Paulo, João Doria.
Um dia depois de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pedir a renúncia de Temer e a realização de diretas-já, o prefeito de São Paulo, Doria assumiu uma posição frontalmente contrária.
Em entrevista à BBC, Doria explicitou seu apoio ao golpe, mesmo reconhecendo o caráter impróprio dos diálogos entre Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS. "Não foi uma conversa adequada para um presidente da República. Nem na forma, nem no conteúdo, nem no local, nem no horário. Mas isto não implica definitivamente num equívoco fatal para o presidente. Significa um erro ético e moral, mas não é um fato determinante para o impeachment do presidente."
O tucano, que prometia visitar o ex-presidente Lula em Curitiba, foi evasivo ao se referir a Aécio Neves, presidente licenciado do PSDB, e disse que ele deve ter direito a ampla defesa. "Ele não foi julgado, ele foi indiciado. É preciso reconhecer a diferença entre indiciado e julgado. Enquanto indiciado, o PSDB defende que toda investigação seja feita em sua plenitude, sem esconder nada e sem inibir nenhuma investigação. Diferente do PT, que sempre fugiu e procurou evitar a investigação. Aécio deve ter direito a plena defesa e se, eventualmente for culpado, pagar por isso. Se for inocentado, retomar seu mandato e seguir sua carreira política", afirmou.
Embora uma pesquisa Datafolha tenha apontado que 85% dos brasileiros querem diretas-já e a volta da normalidade democrática, Doria se opõe a isso porque pretende ser candidato do PSDB em 2018, com apoio do PMDB, e eventualmente sem o ex-presidente Lula na disputa.
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