ATO POLÍTICO: 'Continuamos na luta, não vamos baixar a guarda', afirma CUT-SP na Praça da Sé

Apesar do frio e da chuva, trabalhadores mantêm mobilização contra as reformas do governo Temer, em dia marcado pela rejeição da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado
por Gabriel Valery, da RBA publicado 20/06/2017 19h28, última modificação 20/06/2017 19h32
CUT-SP / TWITTER
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Ato na Praça da Sé começou com chuva por volta das 17h: manifestantes se aglomeram próximos ao carro de som
São Paulo – O ato dos movimentos sociais e das centrais sindicais na Praça da Sé contra as reformas de Michel Temer, no centro de São Paulo nesta terça-feira (20), começou com chuva por volta das 17h. Mesmo com a adversidade climática, as pessoas não​ deixaram o local e foram se aglomerando, próximas ao carro de som, que embalou a multidão com músicas de artistas como Zé Ramalho e Luiz Gonzaga.

Parte de um esquenta para a realização de uma grande greve geral no dia 30, os presentes entoaram cantos pedindo a saída do presidente Michel Temer e rechaçando as reformas trabalhista e da Previdência. O clima de festa junina seguiu ao som da sanfona em ato cultural e político, parte do que as centrais chamam de junho de lutas.
O clima de 'arraiá' seguiu até às 18h quando o grupo de rap Pânico Brutal tomou o palco para deixar seu recado contra o governo Temer, e também teceu críticas ao governador Geraldo Alckmin. O presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, saudou o público e ressaltou a vitória de hoje na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. "Continuamos na luta, não vamos baixar a guarda".
Por dez votos a nove, a oposição conseguiu barrar a reforma trabalhista na Casa. "Vamos manter a luta pelo trabalhadores. Com os sindicatos e centrais, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o povo de luta vai cobrar respeito. As mulheres de luta, vamos mostrar que no dia 30 teremos uma grande greve geral, como já fizemos. Vamos escrever mais uma página da história deste país", disse.
"Não vamos aceitar o desmonte da Constituição e da CLT. Estamos no arraial da democracia para dizer 'fora Temer' e 'diretas já'. A organização popular derrotou a reforma no CAS. Isso é vitória do povo em luta contra os interesses econômicos", completou Douglas.
Mauro Coerro, da CSP Conlutas, saudou os presentes. "Na chuva e no frio, não arredamos pé contra a burguesia que prioriza essa reformas que o grande capital exige, que ataca a classe trabalhadora. Estamos fazendo um esquenta para dizer que não vamos aceitar esses ataques. É fundamental nos organizarmos em cada escola, ocupação, fábrica, para realizarmos uma forte greve. Vamos em frente botar esse governo abaixo."
Já Luizinho, representando a Nova Central, disse que "começamos a avançar com nossa mobilização. Desde março, com o dia internacional das mulheres, começamos a derrotar a tentativa de destruição da classe trabalhadora. Não podemos desmobilizar, temos que continuar para uma grande greve no dia 30. Temos que ocupar o Senado para impedir que eles atropelem os debates nas comissões".
Luiz Marinho, presidente do PT-SP ressaltou que "somos a força motora que barrara o desmonte das conquistas dos trabalhadores. Esse governo golpista é sustentado pelo PSDB. Precisamos derrubar o Temer e avançar sobre eleições diretas. Isso é urgente, isso é responsabilidade. O problema é crise, ausência de empregos e expectativas. Vamos lutar juntos".
Secretário geral da CUT, Sérgio Nobre reafirmou a importância de união das centrais e movimentos progressistas. "Estamos dialogando sobre a importância de barrar as reformas. A CUT está aqui com muito orgulho. Temos uma central de homens e mulheres. Não podemos pensar em permitir os avanços contra a classe trabalhadora. Nem a ditadura teve tanta ousadia contra nós. Tivemos vitórias, hoje no senado foi importante. Vencemos a batalha, mas precisamos vencer a guerra", concluiu.
'A luta dá resultado', diz  Vagner Freitas

Diante do revés sofrido pela base de Michel Temer (PMDB), o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, lembrou hoje em encontro com parlamentares da oposição e lideranças do movimento sindical que o resultado é fruto da mobilização da classe trabalhadora.

“A luta dá resultado, pode demorar um pouco, mas dá resultado, sempre deu. Fizemos a maior Greve Geral da história (em 28 de abril) e não era possível que não desse resultado nenhum. E nosso trabalho está certo, porque estamos indo aos municípios dizer que quem votar a favor (das reformas) não vai se eleger. Não adianta querer morrer abraçado com o Temer, porque ele tem prazo de validade. Deputado e senador que quiser se eleger precisa do voto do povo e o povo não vai votar em que acabou com o trabalho dele, com a carteira assinada dele, com as férias e com a aposentadoria”, disse.

O dirigente reforçou ainda a necessidade de aprofundar o trabalho de base para a greve marcada para o próximo dia 30. “A greve do dia 30 tem de ser mais forte do que foi a do dia 28 de abril. Vamos mostrar nas bases que governo teve a primeira grande derrota na proposta das reformas e com a greve do dia 30 poderemos enterrar de vez as reformas”.

A presidenta eleita do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, também se manifestou sobre a votação de hoje no Senado: "Tivemos um prova hoje, com a derrota do governo no Senado, de que a pressão dá resultados. É preciso continuar pressionado os deputados e senadores. Eles precisam saber que não vão ter votos em 2018 se não rejeitarem essas propostas de desmonte da Previdência e de direitos".

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