Centrais sindicais de Pernambuco dizem sim à nova greve geral
Depois da ampla adesão de trabalhadores e trabalhadoras de Pernambuco à greve geral e o comparecimento de milhões de pessoas à passeata, no Recife, no dia 28 de abril, as centrais sindicais, os movimentos sociais e a classe trabalhadora no estado já se mobilizam para novas lutas contra as tentativas de retrocesso de direitos sociais urdidas pelo governo Temer, como as reformas Trabalhista e da Previdência, que tramitam no Congresso Nacional.
Marlon Costa/Pernambuco Press
Centrais e frentes avaliam a realização de greve geral por 48 horas
Alinhados com as direções nacionais de suas entidades, dirigentes da CTB, CUT, CSP Conlutas, Força Sindical, Intersidical, Nova Central, Pública e UGT no estado e das Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular se reuniram ontem (quinta-feira,4) na sede do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) e decidiram pela convocação de nova greve geral, desta vez com duração de 48 horas. O presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, informou que a intenção é "pressionar o governo contra as propostas de reforma que prejudicam o trabalhador".As centrais também anunciaram a participação em marcha a Brasília, para pressionar os deputados e senadores durante as votações das reformas Trabalhista, no Senado; e da Previdência, na Câmara dos Deputados. Os sindicalistas se comprometeram ainda a dar continuidade aos atos unificados e intensificar as ações de mídia e comunicação para fazer pressão e denunciar os parlamentares em suas bases eleitorais, expondo os que votam contra o interesse dos trabalhadores.
Na avaliação das centrais sindicais de Pernambuco, a greve geral e a manifestação que levou mais de 200 mil pessoas às ruas do centro do Recife são a expressão organizada da indignação da classe trabalhadora com as reformas trabalhista e previdenciária. No país, 35 milhões de trabalhadores pararam; em Pernambuco, foram realizados 43 atos. Para os dirigentes das centrais sindicais, “a pressão sobre o Governo e o Congresso já são perceptíveis na medida em que há cada vez mais resistência às propostas que retiram os direitos arduamente conquistados pelos trabalhadores brasileiros”.
Pressão no Congresso
Também nesta quinta-feira (4), dirigentes das principais centrais sindicais do Brasil se reuniram em São Paulo para articular as próximas ações visando derrubar no Congresso Nacional as propostas do governo que atingem de morte direitos inalienáveis dos/as trabalhadores/as, como a jornada de trabalho, férias, horas extras e as relações com os patrões, por exemplo.
Ficou decidido ainda que as nove centrais sindicais que organizaram a greve geral do dia 28 vão preparar uma grande marcha de trabalhadores a Brasília, entre os dias 15 e 19, para realizar protestos e tentar impedir a votação das reformas trabalhista e da Previdência. Antes disso, de terça a sexta-feira da próxima semana, lideranças sindicais de todo o país estarão em Brasília para visitar cada deputado e senador e tentar convencê-los a votar contra as duas propostas de reforma.
Avançar na luta
A Frente Povo sem Medo, por sua vez, está convocando para plenária aberta que realizará na próxima terça-feira (9), na Praça do Derby, das 19h às 22h. Na pauta, a construção de agenda de ações e mobilizações “para avançar na luta e derrubar Temer e seus retrocessos”.
As reformas foram também tema do seminário "As Consequências das Reformas Trabalhista e Previdenciária" realizado nesta sexta-feira pela manhã pelo Instituto Humanitas Unicap e pelo Sinteepe (Sindicato dos Trabalhadores nos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco). Participaram do evento magistrados, procuradora, professores e advogados. O debate teve como palestrantes a ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, do TST (Tribunal Superior do Trabalho), e o juiz Hugo Cavalcanti Melo Filho, da 12ª Vara do Trabalho de Pernambuco e presidente da ALJT (Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho).
A procuradora do Trabalho, Janine Rego de Miranda, da ANPT (Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho); o advogado e diretor da Abrat (Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas) Jefferson Calaça e as professoras de direito Rogéria Gladys (Unicap) e Juliana Teixeira Esteves (UFPE) também proferiram palestras sobre o tema do encontro. O seminário aconteceu no Auditório G1, Bloco G, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
Audicéa Rodrigues, com informações do LeiaJá, Diario de Pernambuco e da Frente Povo sem Medo.
Do Recife
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