Leia os depoimentos de executivos da Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral

Ex-diretor aponta supostos pagamentos a Kassab
Acareação detalhou o encontro no Jaburu em 2014
Edifício da Odebrecht em São PauloFoto: Reprodução/Site Odebrecht

05.abr.2017 (quarta-feira) - 19h25
atualizado: 05.abr.2017 (quarta-feira) - 19h34
Depoimentos prestados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no julgamento que pode cassar a chapa Dilma-Temer vazaram à imprensa nesta 4ª feira (5.abr.2017).Tornaram-se públicos, na íntegra, os depoimentos de Fernando Migliaccio, Marcelo Odebrecht e 2 acareações entre delatores.
O ex-diretor da Odebrecht Fernando Migliaccio afirma que o “departamento de propina” da empresa atingiu o recorde de R$ 35 milhões liberados em um único dia.

Ele também aponta supostos pagamentos de R$ 5 milhões ao atual ministro das Comunicações, Gilberto Kassab (PSD). Leia a íntegra do depoimento.

JOSÉ YUNES E LÚCIO FUNARO FORA

No mesmo dia em que Migliaccio foi ouvido, o TSE promoveu duas acareações entre delatores da Odebrecht. Uma delas tratou do jantar no Jaburu em 2014, no qual Temer e Padilha teriam pedido dinheiro a Marcelo Odebrecht. Leia a íntegra.
Nem José Yunes nem o operador Lúcio Funaro são mencionados. Em depoimento espontâneo a procuradores, Yunes disse ter atuado como atravessador “involuntário” de valores destinados a Eliseu Padilha, que teriam sido entregues por Funaro.

A ÍNTEGRA DO DEPOIMENTO DE MARCELO ODEBRECHT

A fala do executivo baiano ao TSE produziu 165 páginas. O termo “Michel Temer” aparece 12 vezes no documento. “Dilma Rousseff” consta 5 vezes. O executivo explica detalhes de sua relação com o PT e o PMDB. Leia a íntegra.

OUTRO LADO

Em reportagens anteriores sobre tema, Kassab negou irregularidades ou recebimento de dinheiro ilegal.
Por meio de nota, a ex-presidente Dilma Rousseff se manifestou sobre declarações de Marcelo Odebrecht ao TSE:
1. A ex-presidenta Dilma Rousseff não tem e nunca teve qualquer relação próxima com o empresário Marcelo Odebrecht, mesmo nos tempos em que ela ocupou a Casa Civil no governo Lula.
2. É preciso deixar claro: Dilma Rousseff sempre manteve uma relação distante do empresário, de quem tinha desconfiança desde o episódio da licitação da Usina de Santo Antônio.
3. Dilma Rousseff jamais pediu recursos para campanha ao empresário em encontros, em palácios governamentais, ou mesmo solicitou dinheiro para o Partido dos Trabalhadores.
4. O senhor Marcelo Odebrecht precisa incluir provas e documentos das acusações que levanta contra a ex-presidenta da República, como a defesa de Dilma solicitou – e teve negado os pedidos – à Justiça Eleitoral. Não basta acusar de maneira leviana.
5. É no mínimo estranho que, mais uma vez, delações sejam vazadas seletivamente, de maneira torpe, suspeita e inusual, justamente no momento em que o Tribunal Superior Eleitoral, órgão responsável pelo processo que analisa a cassação da chapa Dilma-Temer, está prestes a examinar o relatório do ministro Herman Benjamin. 
6. Espera-se que autoridades judiciárias, incluindo o presidente do TSE, Gilmar Mendes, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, venham a público cobrar a responsabilidade sobre o vazamento de um processo que corre em segredo de Justiça.
7. Apesar das levianas acusações, suspeitas infundadas e do clima de perseguição criado pela irresponsável oposição golpista desde novembro de 2014 – e alimentada incessantemente por parcela da imprensa – Dilma Rousseff não foge da luta. Vai até o fim enfrentando as acusações para provar o que tem reiterado desde antes do fraudulento processo de impeachment: sua vida pública é limpa e honrada“.

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