Data Nacional da Síria- A Síria comemora os 71º aniversário de sua indepência
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Na noite de 17 de abril de 2017, na sede do Clube Homs, em São Paulo, foi realizada uma cerimonia em comemoração ao 71º da Independência da Síria.
A Banda do Segundo Exército, deu abertura à cerimônia,e que entoou os hinos nacionais do Brasil e da Síria, na presença de autoridades religiosas,diplomáticas,políticas, militares , representantes de entidades co-irmãos e da da sociedade civil .
O mestre de cerimonia foi o radialista Salomão Esper e fizeram uso da palavra, o presidente do Clube Homs, Ricardo Jamil Hajaj, o Vereador Eduardo Tuma e o Bispo da Igreja Ortodoxa do Brasil Dom Romanos.
Finalizando a cerimônia, o Cônsul Geral da Síria em São Paulo, Dr. Sami Salameh foi chamado para fazer uso da palavra e deu início solicitando aos presentes que se levantem para fazer um minuto de silêncio em homenagem e respeito às vitimas civis e militares na Síria.
Segue abaixo a íntegra do discurso:
Senhoras e senhores
Nesta noite de encontro, por ocasião da comemoração do septuagésimo primeiro (71º) dia da independência do país de todos nós, a Síria, me sinto honrado de falar para vocês sobre o significado da independência, que carrega em suas entranhas e transporta o conceito de dignidade, orgulho, soberania e auto determinação. Para manter estes valores e ideais estamos pagando, há mais de seis anos, um altíssimo preço.
Síria, senhoras e senhores, é uma odisséia de amor e paixão, passada de geração em geração e comentada por todos os habitantes da nossa planeta terrestre. Faço aqui uma citação do primeiro diretor do Museu do Louvre na França, André Parrot, fazendo referência à famosa frase do famoso arqueólogo francês especializado em leitura dos antigos textos cuneiformes, que disse: “Para todo ser humano civilizado há duas pátrias, sua Pátria Mãe e a Síria”.
Síria foi a incubadora do primeiro abecedário na história, que se encontra, até hoje, em Ras Shamra (Ugharit), e de lá exportou o primeiro alfabeto para o mundo inteiro, isto significa que a Síria representa o primeiro marco para documentar e registrar todas as civilizações e culturas que a humanidade presenciou. Isto, com certeza, um motivo para deixar qualquer sírio e/ou descendente de sírios, com muito orgulho e muita honra de pertencer a este país, a Síria, que está sob comando de S.E. Presidente Bashar Al Assad que preserva a união nacional e a soberania do pais.
Este rico patrimônio histórico do meu país, a Síria, acabou despertando interesses e a cobiça das maiores forças de colonização do mundo, e que teve fim somente com a queda do Império Otomano. Este, contribuiu e resultou na expatriação de nossos pais, avós e ancestrais da sua Pátria Mãe, durante a primeira guerra mundial, no período entre o ano de 1914 e 1918, mas permaneceu e se estendeu o Mandato Frances até a sua evacuação dos territórios Sírios no dia 17 de Abril de 1946, e nesta data comemoramos todos os anos o dia da independência, quando o último soldado estrangeiro foi evacuado para fora do solo da nossa amada Síria.
Comemoramos esta data enquanto a Síria e seus filhos resistem e sacrificam tudo que é valioso para proteger sua independência e sua auto determinação soberana, sacrificam suas vidas e suas propriedades para permanecer neste solo imaculado, pois a Síria foi considerada a Pérola do Oriente em todos os aspectos, com a sua indústria, agronomia, comércio intra-regional, e um exemplo, a ser seguido, na união nacional e convivência pacífica e harmoniosa entre todos seus componentes religiosos e étnicos.
Assistimos hoje, senhoras e senhores, à etapa de disputa pela Síria em todos seus aspectos, político, econômico, religioso, nacional, midiático entre outros. Talvez, a coisa mais importante que presenciamos hoje, seja a de mistificação midiática, distorcendo os fatos, fenômeno comandado por algumas nações, próximas e distantes.
Todos estes motivos contribuíram para despertar a ira dos prejudicados, que começaram a alimentar o espírito de sedição de todos os tipos, levando para a Síria os jihadistas, takfiristas e os grupos terroristas armados de todos os cantos da terra, que resultou na destruição da infra-estrutura do país e fomentou o obscuro pensamento do takfirismo para atingir a convivência pacífica e harmoniosa na Síria e sua união nacional e destruir as propriedades públicas e privadas, roubar o maquinário das indústrias, deslocar e expatriar os habitantes.
Infelizmente, muitas sanções, unilaterais, foram impostas contra a Síria, e vários países estrangeiros manifestaram seu apoio incondicional para estes grupos armados, isto acabou refletindo, de forma muito negativa, na vida do cidadão sírio, que foi obrigado a abandonar sua terra natal e procurar a sorte nos diversos países do mundo.
Hoje, com os fatos bem mais claros, e o posicionamento firme, que indica sabedoria e responsabilidade, tomado por vários países como, em primeiro lugar Rússia, China, Irã, Brasil, África do Sul, Índia (Países do BRICS), entre outros, colaborou para deixar clara a questão síria nas organizações internacionais, aqui faço referência ao direito de uso do veto, praticado duplamente, pela Rússia e China, contra as resoluções que pretendiam propagá-las internacionalmente sob a cúpula do Conselho de Segurança.
Irmãos;
Hoje, falando com os filhos da coletividade descendente de origem Síria, digo lhes que esperamos de vocês um trabalho árduo, no sentido de suspender as sanções impostas por alguns países conhecidos contra o povo Sírio, por elas terem afetado, de forma muito negativa, setores vitais no país como o da saúde, educação, energia, indústria, importação e exportação, além de causar muitos distúrbios ao nível de vida da família síria que continua firme, resistindo contra todas as conspirações externas, tramadas contra o seu País.
Neste aspecto, gostaria de registrar o maior agradecimento para nossa coletividade, descendente de origem síria pela eficaz colaboração nos trabalhos do Comitê Imigratório Sírio no Estado de São Paulo, trabalho árduo, que resultou no envio de sete ambulâncias novas e equipadas para abastecer o setor de saúde na Síria, além de cento e vinte cadeiras de rodas e duas mil e quinhentas peças entre lençóis e cobertores, que foram destinadas também para o setor de saúde na Síria.
Gostaria de agradecer também a diretoria do Club Homs em São Paulo, por acolher as reuniões do Comitê e abraçar sua causa, participando efetivamente no sucesso de seus trabalhos, devo citar também a diretoria do Clube Aleppo em São Paulo que doou uma ambulância para a cidade de Aleppo, que comemoramos sua libertação, há poucos dias. Tenho, que agradecer também, a Federação das Entidades Americana – Árabes (FEARAB), pela sua colaboração neste sentido.
Também deixo nosso agradecimento e respeito a sua Eminência Dom Damaskinos Mansour, Arcebispo Metropolitano de São Paulo e todo o Brasil da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa por abençoar os trabalhos do comitê e por todo seu esforço no trabalho pastoral e humanitário em prol da nossa coletividade de origem Síria no Brasil.
Enquanto ao mecanismo do trabalho no Consulado Geral da República Árabe Síria em São Paulo, quero agradecer toda a equipe deste consulado que me acompanha no meu trabalho, encabeçada pelo Cônsul-Geral Adjunto , Ministro Conselheiro Elias Bara, o colega Hashem Yaziji, o colega Georges Khouri e todos os funcionários deste Consulado pelo grande esforço em acompanhar os assuntos e serviços consulares dos membros da nossa coletividade em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Amazonas.
Finalmente, agradeço a todos pela presença, me desculpo pela demora.
VIVA BRASIL.
VIVA SÍRIA.
Sami Salameh, Cônsul Geral da Síria em São Paulo
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