Paulo Nogueira: A mensagem mais importante da nova pesquisa da praça.
Postado em 30 Mar 2017
Já disse algumas vezes, e sou obrigado a dizer mais uma: se eu fosse um barão da mídia, marcaria uma reunião com meus pares para ver o que está errado na caça a Lula.
Quanto mais a mídia bate, mais Lula cresce.
É o que mostra a mais recente pesquisa da praça, a Ipsos, divulgada hoje.
Entre os políticos, constatou a Ipsos, Lula é o personagem mais aprovado (38%) e menos rejeitado (59%). Desde fevereiro, ele ganhou sete pontos positivos — sob pedradas contínuas.
O que parece claro é que, quanto mais se agrava a crise política e econômica brasileira, mais Lula surge como uma esperança de reencontro com tempos bem melhores.
Contra isso, não há nada que a imprensa possa fazer. Os números altos de Lula são uma tragédia para a mídia. Não apenas porque as empresas jornalísticas o abominam, mas sobretudo por mostrarem a perda de influência de jornais, revistas etc.
A pesquisa sugere também que o golpe está cobrando um preço alto dos golpistas.
É particularmente interessante observar o desempenho dos líderes do PSDB. Aécio tem 74% de reprovação e 11% de aprovação. Alckmin, 67% e 16%. Serra, 70% e 20%.
O mentor intelectual do golpe, FHC, não aparece mais bonito na foto: 67% o reprovam contra 23% que o aprovam.
Também a situação de Doria, visto hoje como o plano B dos tucanos, não é exatamente entusiasmadora.
Hoje, ele é reprovado quase que pelo triplo das pessoas que o apoiam: 45% negativos contra 16% positivos.
Mas o fato maior do levantamento é mesmo Lula. Sua posição mostra não apenas sua força extraordinariamente resistente — mas também o bem-vindo enfraquecimento da mídia como influenciadora e manipuladora da sociedade.
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