Depois de Florianópolis, servidores de mais uma cidade de SC entram em greve contra arrocho do PMDB

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por Joaquim de Carvalho - no DCM - 07/03/2017


Depois das greves bem sucedidas no pequeno município de Maravilha e da capital Florianópolis, o Estado de Santa Catarina vive a partir de hoje mais uma paralisação de funcionários públicos municipais.
Agora a greve acontece em Jaraguá do Sul, uma cidade industrial com cerca de 160 mil habitantes e um elevado índice de desenvolvimento urbano – que mede a qualidade de vida –, que o coloca em 34º do ranking nacional, equivalente ao de cidades europeias.
A paralisação foi decidida em assembleia realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal em resposta a um pacote de medidas que retiram direitos dos funcionários públicos.

Em comum com a capital Florianópolis, está o fato de que o autor das medidas é um prefeito filiado ao PMDB.
Antídio Lunelli, o prefeito de Jaraguá do Sul, defende a revisão das aposentadorias e o corte das vantagens por formação. Ele também é contra a estabilidade dos servidores públicos, que considera “um câncer para o País”. Seu pacote de medidas, batizado de “Equilíbrio Financeiro”, prevê até o fim do vale-refeição.
“Este pacote quer a diminuição dos triênios, hoje de 6%, para 3%. Além disso, prevê a diminuição do vale-refeição. Para quem ganha de R$ 2,5 mil a R$ 4 mil, quer baixar para 60% e para quem recebe acima de R$ 4 mil, não quer pagar mais”, diz o presidente do Sinsep, Luiz Cezar Schorner.
Segundo o líder sindical, o pacote da administração pretende congelar a carreira dos funcionários. “Propõe o fim da promoção por tempo de serviço. Além disso, já aprovaram o corte do adicional de aperfeiçoamento para professores, que dava 10% de aumento a cada 800 horas de formação”, afirma Schorner.
Em Maravilha, o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal conseguiu evitar a aprovação de medidas de arrocho na Câmara Municipal. Em Florianópolis, as medidas foram aprovadas, mas, depois de 31 dias de greve, o prefeito recuou e, em acordo mediado pelo Tribunal de Justiça, se comprometeu a revogar as leis, atendendo 95% das reivindicações dos servidores.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores Municipais de Santa Catarina, Lizeu Mazzioni, essas paralisações são inevitáveis diante da “violência” das medidas que retiram direitos conquistados “com muita luta ao longo de décadas pelos servidores”. Lizeu diz que a greve é uma ação de “legítima defesa”.
Em Maravilha e Florianópolis, a população, em grande parte, apoiou as greves, conforme registraram os jornais e rádios. Em Jaraguá do Sul, no primeiro dia de greve, o apoio já pode ser visto no facebook, com perfis de pessoas que não trabalham no serviço público estampando a mensagem “Sem servidor a cidade para”.

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