MUDANÇA NAS REGRAS DA APOSENTADORIA PREOCUPA DIRIGENTES DOS FRENTISTAS EM TODO PAÍS

Dirigentes dos frentistas participam, hoje, em Brasília, de seminário sobre a reforma da Previdência Social.



Enquanto o governo corre para aprovar a reforma da previdência, ainda neste semestre, no Congresso Nacional, representantes dos trabalhadores no comércio se mobilizam para modificar os pontos da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/16 prejudiciais à classe operária. O presidente da Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO), Eusébio Pinto Neto e dirigentes da entidade participam nesta terça-feira (21), em Brasília, do Seminário Reforma da Previdência- Nenhum Direito a Menos.

O evento organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) vai debater os principais pontos da PEC 287/16 e abordar os prejuízos que a proposta trará para os trabalhadores mais pobres.

Os sindicalistas e o governo divergem sobre a idade mínima proposta para a aposentadoria. O texto enviado ao Congresso prevê a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres pedirem a aposentadoria. Para o presidente da FENEPOSPETRO, a proposta em tramitação na comissão da reforma da previdência, vai retirar os direitos conquistados e avançar no projeto de extinção da Previdência no país. Eusébio Neto diz que a classe operária, que começa a trabalhar muito cedo, será a mais prejudicada, principalmente as mulheres, que mesmo ganhando menos no mercado, vão ter que contribuir mais para se aposentar.

Segundo ele, uma coisa é começar a trabalhar aos 30 anos, depois de completar os estudos, com bons salários, plano de saúde e ambiente saudável, mas essa não é a realizada da maioria dos brasileiros. Eusébio Neto, cita como exemplo os frentistas, trabalhadores rurais ou da construção civil, que ficam expostos ao sol, a condição de trabalho inadequada e começam a trabalhar na adolescência.

O presidente da FENEPOSPETRO diz que a proposta é tão nefasta e prejudicial à classe operária, que 80% dos trabalhadores do campo e da cidade rejeitam o aumento da idade mínima. Eusébio Neto lamenta o fato da sociedade ainda não ter despertado para gravidade da aprovação dessas propostas. “Infelizmente, essas medidas só terão impactos nos próximos anos, então não há uma compreensão do que pode acontecer com o país”.

SEMINÁRIO O Seminário Reforma da Previdência- Nenhum Direito a Menos visa discutir propostas com os sindicalistas para barrar a reformar e avançar na mobilização dos trabalhadores. No evento também serão discutidas propostas de sustentabilidade dos regimes de previdência e de seguridade sociais brasileiros.

* Estefania de Castro, assessoria de imprensa Sinpospetro-RJ

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