Helena Chagas: A Polícia Federal mostra as garras
. |
A Polícia Federal está botando as garras de fora. Vinculada administrativamente ao Ministério da Justiça, mas sobretudo uma corporação que ganhou independência inédita depois da Constituição de 1988, a PF está preocupada com a possibilidade de o novo titular da pasta cercear as investigações da Lava Jato e limitar sua atuação.
Não por acaso, nos últimos dias, os principais vazamentos, que atingiram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o governador Pezão, foram de relatórios de investigações da PF, que vem mandando avisos de que não vai parar por aí.
Não por acaso, nos últimos dias, os principais vazamentos, que atingiram o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o governador Pezão, foram de relatórios de investigações da PF, que vem mandando avisos de que não vai parar por aí.
A corporação reage também aos recentes remanejamentos que afastaram vários delegados atuantes na LJ. Receberam promoções em que, ao que parece, caíram para cima. O último, semana passada, foi Marcio Anselmo, responsável pela investigação original da Petrobras, que vai assumir a corregedoria da PF no Espírito Santo. Apesar de sua negativa, justificando estar se sentindo esgotado, as fofocas de desmonte da equipe proliferam. Também Luciano Flores, que fez a condução coercitiva de Lula, virou superintendente no Espírito Santo. Érica Marena foi transferida para Santa Catarina, para onde também está indo Eduardo Mauat.
Associações de delegados estão pedindo a cabeça do diretor geral Leandro Daiello, e as coisas podem piorar muito a depender do nome que Michel Temer escolher para a Justiça. Fazia tempo que a PF andava quieta, mas todos – sobretudo os políticos em postos importantes – sabem o perigo que uma rebelião, ainda que subterrânea, pode representar.
Comentários