Lula defende eleições diretas e saída para a crise econômica sem penalização dos mais pobres

"Todo mundo que quer ser presidente tem o direito de se candidatar. O que não pode é querer ser presidente dando um Golpe"
"A solução da crise não passa por penalizar as classes mais pobres da população, mas inclui-las no Orçamento"
Foto: Heinrich Aikawa
lula.com.br - 11/01/2017

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira, em encontro do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) na Bahia, que sejam realizadas eleições diretas o quanto antes no país, para que o Brasil saia da condição de ilegalidade institucional que vive atualmente.
Em discurso proferido durante o 29º Encontro Estadual do MST, Lula disse: " É importante a gente não ter vergonha de dizer que quer eleição direta. O (Michel) Temer (PMDB) quer ser presidente? O (José) Serra (PSDB) quer ser presidente? O (juiz de 1ª instância Sérgio) Moro quer ser presidente? Ótimo. Todo mundo que quer ser presidente tem o direito de se candidatar. O que não pode é querer ser presidente dando um Golpe, na base da canetada."   

Além de Lula, outras lideranças do PT estiveram no evento, como o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, e o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, e o ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli.
O ex-presidente Lula também falou a respeito da atual crise econômica por que passa o país, bem como sobre as medidas que o governo em exercício de Michel Temer tem tomado sob a justificativa de tentar solucionar os problemas. "A solução da crise não passa por penalizar as classes mais pobres da população, mas inclui-las no Orçamento", defendeu Lula.
Segundo ele, programas sociais realizados durante os governos do PT, de 2003 a 2016, como o Luz para Todos e o Bolsa Família, são uma prova de que investir na qualidade de vida e na capacidade de consumo da população mais pobre são a maneira mais justa e correta de se enfrentar uma crise econômica. "Levar luz para que uma mãe do sertão seja capaz de dar banho quente no seu filho é tão importante como garantir energia para encher a banheira de uma madame da avenida Paulista", comparou o ex-presidente.
Falando a uma plateia de agricultores, Lula lembrou que a agricultura familiar é responsável "pela produção de 70% de tudo que se mastiga nesse país", e que durante seu governo o crédito rural chegou às famílias produtoras tanto quanto chegava antes apenas aos grandes latifundiários.
"É por essas e outras que querem criminalizar a mim e ao meu governo. Somos perseguidos pelos nossos acertos. O que está acontecendo no Brasil é algo anormal. Não se pode sair da esperança que estávamos para a desgraça que estamos hoje. Deus tinha virado brasileiro. Será que desvirou? Eu não acredito."
Lula encerrou sua intervenção falando a respeito da perseguição jurídica de que é vítima atualmente. "Eu achei que tinha encerrado minha carreira pollítica. Mas diante dessas acusações, na hora que ficar claro que não há nada contra mim, só quero que peçam desculpas. Eu aprendi a andar de cabeça erguida nesse país e não vou baixar a cabeça para ninguém."

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