Da importação ao cultivo: a evolução da maconha medicinal no Brasil

Saúde

por Débora Melo — na Carta Capital - publicado 05/01/2017 
Três famílias obtêm na Justiça o direito de plantar cannabis em casa. Com as decisões, a polícia fica impedida de apreender as plantas
Arquivo pessoal
Margarete
Margarete, Sofia, Bia e Marcos: família obteve salvo-conduto para plantar maconha para tratamento
Sofia tinha 40 dias de vida quando surgiram os primeiros sintomas da síndrome CDKL5, doença rara que causa epilepsia refratária, mais resistente aos medicamentos. O tratamento tradicional não surtia os efeitos desejados e os remédios podiam causar efeitos colaterais graves, desde surtos psicóticos até perda parcial da visão.
“Era um bebê de um mês que tomava muita droga. Droga lícita. Os efeitos colaterais eram terríveis”, conta a advogada Margarete Santos de Brito, mãe de Sofia, hoje com oito anos. “Começamos a buscar outras opções. Foi aí que a gente encontrou a maconha.”
O alívio para Sofia veio na forma de um óleo rico em canabidiol (CBD), uma das substâncias presentes na cannabis. O ano era 2013, e só era possível conseguir o óleo, produzido nos Estados Unidos, por meio de importação ilegal. Ao contrário do tetrahidrocanabinol (THC), também encontrado na planta, o CBD não possui efeitos psicoativos. 

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