TEMER É MEIO CORRUPTO; JÁ MEIRELLES É UM CORRUPTO TOTAL

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POR JOSÉ CARLOS DE ASSIS - 16/12/2016

O presidente Michel Temer não é um sujeito totalmente ruim, nem totalmente corrupto, nem totalmente mal intencionado. Como quase todo mundo, está na média. Onde ele se revela absolutamente deletério é na sua entrega total, pelas mãos de Henrique Meirelles, à banca interna e internacional. Como é ignorante em economia, seguiu a onda dos neoliberais, notadamente dos tucanos, e entregou a economia brasileira a Henrique Meirelles. Acho que Temer se afundaria de qualquer forma. Mas essa entrega precipita sua queda.

Meirelles é um mandanete do capital vadio. Assim como Temer, assim como Antônio Palocci, assim como Joaquim Levy, não é economista. Fez lá algum curso de ciências afins em universidade de direita norte-americana e, certamente valorizado pela perícia na manipulação de dinheiro vadio, saltou para uma gerência de banco, onde, pelas mãos de Palocci e do vigarista Mário Garnero, foi apanhado por Lula - outro que nada entende de economia -, para o mais proeminente posto na economia brasileira, a presidência do Banco Central.

Ali Meirelles encontrou o mais perfeito ambiente para manipulação financeira em favor da banca privada. Fora preparado por Armínio Fraga, assessor de Soros, o mega-especulador que quase quebrou a Inglaterra. Com o falso propósito de defender as reservas internacionais, Armínio inventou o swap cambial para ajudar a financiar a campanha presidencial tucana em 2001. Esse jogo, conforme explicarei, seria aproveitado pelo não menos vigarista que o sucedeu, agora com propósito exclusivamente privado.

Você sabe o que é swap cambial ou swap cambial reverso? Certamente não. Eu próprio não sabia até ser advertido por jovens do BC revoltados com a tramoia. Espantando com o prejuízo que a operação estava dando ao país, resolvi dar conhecimento dela ao vice-presidente José Alencar. Ele já estava doente, com dificuldade de concentração mental. Não entendeu. Decidi propor aos funcionários do BC que me acompanhassem para denunciar a operação na Polícia Federal e na Procuradoria da República. Eles foram comigo.

Mas vamos à operação. Ela é relativamente simples. É um jogo com um dado de apenas dois lados: um é a taxa de juros, outro a taxa de câmbio. Combinando as duas, você ganha ou perde. Até aí tudo bem. Há swap no mundo inteiro. Acontece que, diferentemente do mundo onde o jogo é entre dois privados – e se um ganha, o outro perde -, aqui o jogo é com o BC, que arbitra direta ou indiretamente a taxa de juros e a taxa de câmbio. Assim, ele escolhe quem ganha e quem perde no jogo de cartas marcadas.

Esse jogo tem dado prejuízo de centenas de bilhões de reais ao Brasil. Não há nada parecido em qualquer despesa pública no mundo real. Eventualmente, com Meirelles no BC, o jogo aparentemente virou. Mas virou com carta marcada, porque a virada atingiu exclusivamente o setor produtivo, e não setor financeiro. Dessa forma quase foram para o vinagre a Sadia, a Aracruz e a Votorantim, grandes grupos produtivos brasileiros atingidos brutalmente pelo swap. Saiu no lucro, do outro lado, a banca e os especuladores.

Normalmente, esses prejuízos seriam absorvidos pelo próprio BC na gestão da política monetária. Entretanto, Meirelles manejou para que fosse assinada uma medida provisória que transferia ao Tesouro – como está transferido até hoje – o prejuízo com o swap cambial. A Fazenda aceitou com a aparente resistência de Nélson Barbosa, mas que nada fez. Quanto a mim, que na época era assessor do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, tive exigida minha cabeça por Meirelles, que acabou sendo segura com a intervenção de Gilberto Carvalho.

Para contornar ainda mais o perfil de “nosso” ministro da Fazenda, convém dizer que as operações de swap continuam à solta. O senador Capiberibe entrou com requerimento no Senado nesta semana para uma investigação sobre o assunto. Espero que tenha sorte. Na minha tentativa, embora pelo menos dois senadores tenham sido procurados por mim, ninguém se atreveu a enfrentar o poderoso Meirlles, mesmo porque não entenderam a operação. Agora, junto com a de Meirelles, acho que também a cabeça de Temer está no jogo perde-ganha do swap.
Diante disso tudo, há alguma coisa a mais a fazer senão propor ao povo ocupar ruas e praças para limpar o Brasil da corrupção institucionalizada e de sua entrega à banca e às petroleiras internacionais?

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