O que o novo Ibope significa para Temer. Por Paulo Nogueira
Postado em 16 Dec 2016
Sabe aquele lutador que está nas cordas, sob um bombardeio infernal de golpes do adversário?
Ele está à mercê no ringue, prestes a cair.
É quando soa o gongo. Intervalo. Ele foi salvo pelo gongo naquele assalto.
O drama é que logo vem o assalto seguinte, e então haverá fatalmente a queda definitiva.
Temer está na situação do pugilista em profunda encrenca.
E o gongo momentaneamente salvador é o final do ano. Graças a dezembro, ele sobrevive a 2016, mas em situação tão precária que no início de 2017 já estará na lona, como o boxeador que abre este texto.
O último Ibope, divulgado nesta sexta, é mais uma pancada para Temer.
Como era previsto, sua impopularidade desceu a níveis recordes. Metade dos ouvidos classifica seu governo como ruim ou péssimo. Apenas 13% o aprovam.
A maior parte dos ouvidos acha que a situação piorou depois da saída de Dilma. É uma façanha extraordinária dados os resultados de Dilma, oriundos do massacre da mídia.
Desta espetacular vaia virtual das ruas Temer não
tem como escapar. Se não bastasse, a pesquisa foi feita antes do caso Odebrecht, no qual Temer de cara colecionou mais de 40 citações vinculadas ao dinheiro sujo da corrupção.
tem como escapar. Se não bastasse, a pesquisa foi feita antes do caso Odebrecht, no qual Temer de cara colecionou mais de 40 citações vinculadas ao dinheiro sujo da corrupção.
Temer acabou. Chegou àquela situação em que nem um milagre seria capaz de conduzi-lo até o final do mandato ilegítimo que o golpe lhe deu.
Não é que ele vai para a lata de lixo. Ele já está na lata de lixo.
Não existe mais dúvida quanto a seu destino no ano que entra. Mas há uma enorme, uma formidável interrogação quanto a quem o substituirá — e como.
Diretas ou indiretas?
Teoricamente, segundo a Constituição, se Temer cair em 2017 será convocada uma eleição indireta.
Nela, os eleitores serão os eminentes deputados e deputadas federais. Sim, aqueles mesmos do pavoroso espetáculo comandado por Eduardo Cunha para sacramentar o golpe.
É este mesmo Congresso que está aí, com dezenas de integrantes prestes a saltar das páginas políticas para as policiais.
Também eles, para voltar à imagem inicial, estão nas cordas.
É aí que entram as diretas. Mas para isso as ruas têm que se mexer muito mais do que o que vem ocorrendo.
A mesma intensidade que se observa nas redes sociais deve se reproduzir nas manifestações de carne e osso.
O gongo soou. Estamos no intervalo. Sabemos que Temer não resiste a um novo assalto. Mas se seu sucessor virá por diretas ou indiretas é uma enorme incógnita.
Para conhecermos a resposta, vamos ter que esperar soar o gongo soar de novo para anunciar 2017.
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