Golpe dentro do golpe: os últimos dias de Temer. Por Paulo Nogueira
Postado em 01 Dec 2016
Tudo sugere que Temer caminha para seus últimos dias na presidência.
Não deu certo. O fato é que ele foi, desde os primeiros dias, um fracasso monumental.
Já sabíamos que era decorativo, medíocre, sem carisma, antiquado, sem liderança — e traiçoeiro.
O que ficamos sabendo rapidamente, desde que ele assumiu, é que Temer é extraordinariamente incompetente.
Os romanos tinham um provérbio que, de tão sábio, sobreviveu aos séculos. Nenhum vento ajuda quando você não sabe para onde ir.
É o caso de Temer.
Numa entrevista ao 247, Dilma o definiu com perfeição. É um homem menor que o Brasil.
FHC, que já está com uma faca nas mãos para enterrá-la nas costas de Temer, definiu-o também com acerto: uma pinguela.
Pinguela é uma ponte tosca, precária, que liga dois pontos. No caso de Temer, ligou o caos ao apocalipse.
Temer me lembrou uma passagem de Veríssimo a respeito do cubículo ocupado por seu detetive Ed Morte. Era tão minúsculo que Ed o tratava como cubi, não como cubículo.
Temer é Te.
Fracassou em tudo. Na admnistração da política, da economia, em qualquer coisa em que meteu as mãos.
Fracassou até no cuidado em manter sob vigilância seus sócios tucanos na conspiração golpista.
Não imaginou que poderia acontecer a ele o mesmo que aconteceu a Dilma: ser traído.
Será. Já foi, de resto. Você não define alguém como pinguela sem propósitos matadores.
Mais que Aécio, FHC é o Temer de Dilma. Ele sonha voltar à presidência numa eleição indireta em 2017. Isso aos 85 anos.
Diretas já teriam que ser até o final de 2016, e parece não haver tempo para armá-las. As ruas demoraram para se manifestar com o devido vigor por elas.
Eis o golpe dentro do golpe.
Temer é usado, cumpre seu destino de pior presidente da história — e é jogado fora pelos aliados tucanos de ocasião, mancomunados com os barões da mídia. Estes já o abandonaram faz tempo.
Temer é um homem morto andando.
Ao contrário de Júlio César, chegou, viu — e perdeu. De 7 a 1,
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