Frente Brasil Popular: movimentos sociais não participarão de ato no domingo
BANDEIRA
Em nota, organização informa que trabalhadores e juventude "não compactuam com defensores de Eduardo Cunha, financiados por organizações conservadoras e instituições estrangeiras"
por Redação RBA publicado 02/12/2016
LULA MARQUES/JORNALISTAS LIVRES
São Paulo – A Frente Brasil Popular (FBP), organização que reúne mais de 60 entidades, divulgou informe sobre a manifestação do próximo domingo (4), convocada pelo grupo conservador Vem pra Rua. "A FBP esclarece que não participará da manifestação convocada (…) Não compactuamos com a forma demagógica, oportunista e irresponsável com que este agrupamento convoca as pessoas para as manifestações", afirma.
A Frente afirma que os integrantes do Vem pra Rua "são os mesmos que defenderam Eduardo Cunha e a perseguição política seletiva do Judiciário brasileiro e foram às ruas para defender o golpe de Estado e, com isso, contribuir para afundar o país em uma crise política, econômica e institucional". O texto recorda o apoio dos grupos de direita ao processo de impeachment que destituiu a presidenta eleita em 2014, Dilma Rousseff (PT), que foi liderado peemedebista Cunha, cassado de seu cargo como deputado federal e presidente da Câmara por quebra de decoro.
"Financiado por organizações e partidos conservadores e instituições estrangeiras que objetivam impor ao Brasil o receituário neoliberal, eles são os mesmos que defenderam o golpe, Cunha e a perseguição política seletiva do juiz Sérgio Moro, agente do imperialismo norte-americano e das forças reacionárias internas", diz a Frente.
O ponto central da reivindicação do ato é rechaçar as mudanças efetuadas pela Câmara no texto do projeto de lei de autoria do Ministério Público, intitulado Dez Medidas Contra a Corrupção. A Casa acrescentou um ponto polêmico, que pune membros do Judiciário por abuso de autoridade. Sobre o tema, a FBP acrescenta que "não compactuamos com a tese de quem votou a favor da emenda do abuso de autoridade seja caracterizado como a favor da corrupção e muito menos de que quem votou contra seja paladino da moralidade".
"Estarão nas ruas aqueles que defendem que juízes e procuradores tenham plena liberdade para perseguirem quem desejar, seus alvos são predominantemente a esquerda e os movimentos sociais", afirma a Frente, que também critica a reação do grupo de promotores que conduzem a Operação Lava Jato à aprovação da matéria pelo Legislativo.
Em clara tentativa de chantagem, afirmam, os promotores ameaçaram deixar seus cargos e a própria Lava Jato. caso o projeto não vingasse de acordo com o texto-base. "O Brasil não pode ser chantageado por uma casta de privilegiados que recebe salários acima do teto estabelecido pela Constituição, para impor ao povo um poder não referendado nas urnas e com sinais claros de elementos do fascismo."
O comunicado da FBP foi motivado por boatos divulgados em redes sociais de que trabalhadores, juventude e movimentos sociais iriam se unir ao ato. "Os mesmos grupos que convocam a citada manifestação comemoram a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, a PEC do fim do mundo, e a violenta repressão aos movimentos sociais em Brasília aos estudantes e trabalhadores que protestavam no dia 29 de novembro", afirma.
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Por fim, a Frente convoca juventude e trabalhadores em defesa da democracia para um ato no dia 13, quando a PEC 55 deve passar pelo plenário do Senado em segundo, e definitivo, turno. "Vamos persistir na luta para denunciar e derrotar a PEC da maldade e ao mesmo tempo protestar contra a violência que se abate sobre os manifestantes que estão nas ruas contra o golpista Michel Temer (PMDB) e sua quadrilha (…) Deslocaremos novamente delegações à Brasília para pressionar os senadores a votarem ao lado do povo."
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