Portugal: Marcha pela Escola Pública alerta para degradação dos equipamentos

A Coordenadora Distrital do Bloco do Porto organizou este sábado uma marcha pela Escola Pública, que ligou a Escola Alexandre Herculano à Escola do Infante. A iniciativa contou com a participação dos deputados Luís Monteiro e José Soeiro e com a eurodeputada Marisa Matias.

esquerda.net - 5 de Novembro, 2016

Foto de Paulete Matos.
Em declarações aos jornalistas no início da marcha, o deputado bloquista Luís Monteiro alertou para a “situação grave” vivida na Escola Secundária Alexandre Herculano, que arrisca “ter de fechar” este inverno: “Se as intempéries fizerem com que chova nas salas de aula e com que os telhados não aguentem, a Alexandre Herculano está em vias de ter de fechar”, assegurou, defendendo a urgência de se encontrar, “até ao final do ano, uma situação definitiva para a resolução dos seus problemas”.
Lembrando que a Escola Secundária Alexandre Herculano é “uma escola histórica do Porto, que é património” e que, por isso, tem “uma importância social, educativa e na história da cidade”, Luís Monteiro sublinhou que este equipamento tem vindo a ser “esquecido por sucessivos governos”.

“Não fez parte dos dois primeiros pacotes da Parque Escolar e a verdade é que o terceiro pacote, quando foi eliminado pelo Governo PSD-CDS, esqueceu por completo que esta escola está com grandes debilidades do ponto de vista de construção e precisa de uma reestruturação e de uma reabilitação urgentes”, frisou.
Segundo o deputado bloquista, o atual Governo “tem vindo a mostrar alguma vontade nesse sentido, mas a verdade é que, um ano depois, ainda não se conhece uma alocação de verba direta para a Alexandre Herculano”.
É preciso “fazer uma discussão séria para um conjunto de escolas no país que precisam urgentemente de uma reabilitação”, defendeu.
A Escola Profissional Infante D. Henrique, onde terminou a iniciativa, também é histórica e encontra-se igualmente “numa situação altamente débil”, quer pelos “muito poucos alunos”, quer pela ”necessidade de obras urgentes”.
“É uma escola que tem enormíssimas capacidades, é a escola na cidade do Porto com as maiores oficinas e com mais valências”, assinalou Luís Monteiro, referindo, contudo, que a mesma foi afetada pelo “problema grave do ponto de vista curricular” que tem levado a que o ensino profissional venha “a servir, muitas das vezes, para acolher os alunos que têm dificuldades no chamado ensino regular”.
"No caso da Alexandre Herculano, entregamos já um projeto de resolução para obras urgentes. No caso na escola do Infante tivemos uma intervenção junto do Governo e na AR para que o problema fosse resolvido até ao final deste ano", avançou o deputado.
A eurodeputada Marisa Matias afirmou que, no que respeita ao investimento na Educação, “algum caminho já foi feito, nomeadamente ao colocar a prioridade da defesa da Escola Pública em contraposição com os contratos de associação, que tanto ajudaram a desviar dinheiro fundamental”.
Contudo, apontou “a defesa da Escola Pública não está esgotada com essa medida” e, numa altura em que está em debate o Orçamento do Estado para 2017, tem que voltar ao debate a questão da “absolutamente gritante falta de investimento” em diversos setores.

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