Pistoleiros atacam o acampamento Hugo Chaves, em Marabá (PA)

Por dois dias seguidos, 320 famílias foram vítimas de tiros, roças destruídas e as barracas queimadas

Roça de mandioca queimada por pistoleiros nesta quarta (2) - Créditos: Nieves Rodrigues/MST-PA
Roça de mandioca queimada por pistoleiros nesta quarta (2) / Nieves Rodrigues/MST-PA
Na noite desta quarta (2), as 320 famílias do acampamento Hugo Chaves, em Marabá (PA), foram atacadas por pistoleiros. Segundo Ayala Ferreira, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-PA), "foram dois dias seguidos de medo e apreensão sob ataque de tiros, roças destruídas e as barracas queimadas". 

A militante afirma que o acampamento vem sofrendo consecutivos episódios de violência há pelo menos dois meses. Para tratar do assunto, o movimento pleiteou uma audiência pública, que aconteceu entre os dias 18 a 21 de outubro, com o desembargador Gercino José da Silva Filho, ouvidor agrário nacional. Após as denúncias, os ataques se tornaram mais intensivos e violentos. 
“Nós informamos a situação na qual as famílias estavam sendo submetidas e imaginamos que a denúncia foi razão para eles retomarem as ameaças, agora com requintes de crueldade, como tiros e bombas”, declara Ferreira.
O acampamento está na fazenda Santa Tereza, de propriedade do latifundiário Rafael Saldanha. Ferreira conta ainda que tanto ele quanto seu irmão, Osvaldo Saldanha, vêm contratando policias militares para fazer a escolta e interceder por suas propriedades com o uso de violência. “Eles abordam as famílias que vão para o acampanhamento com armas em punho, uma forma clara de intimidação”.
Edição: Camila Rodrigues da Silva

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