Obama critica o FBI. Só aqui a polícia não pode ser criticada…

POR FERNANDO BRITO · 02/11/2016

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O presidente Barack Obama criticou duramente a direção do FBI, a polícia federal dos EUA, por dar divulgação a simples suspeitas sobre Hillary Clinton ter se valido de e-mails externos ao Governo para tratar de assuntos oficiais e assim ter exposto a segurança de informações sensíveis ao país.

“Nós não trabalhamos com informações incompletas”, disse Obama, atacando o comportamento do diretor do FBI, James B. Comey de difundir que o comportamento de Hillary estava sob investigação, embora não se pudesse tirar conclusões sólidas sobre o que ocorreu.

Imaginem o que aconteceria aqui se a Presidenta Dilma Rousseff fizesse uma crítica pública não ao chefe da Polícia Federal, mas aos delegados que falavam em on e em off tudo o que qusessem sobre Lula e o PT, baseados não em provas, mas nas convicções que os levavam a chamar o ex-presidente de “anta” nas redes sociais.

Bem, não é preciso muito para dizer, como disse até o sr. Gilmar Mendes, sob o silêncio dos seus pares no STF, que era “obstrução da Justiça”.

Os EUA tem uma longa história, aprendida desde os tempos de J. Edgar Hoover, chefe do FBI que se tornou o homem mais poderoso dos Estados Unidos por bisbilhotar a vida de quem quer que desejasse arapongar.

Policial que faz espetáculo vai direto para os “Assuntos Internos” e não tira lasca na imprensa.

Investigação e “marketing” político, nem pensar. Não tem japonês contrabandista nem “lenhador” que pega lancha “emprestado” para fazer farofa na mídia.

Bem, mas Obama pode. Ele não é “lulopetista”, “bolivariano” nem “petista”.

Ele é Mister President of The United States of America.

E a Dilma, eleita como ele – ou até mais democraticamente, pois não há aqui “colégio eleitoral” como lá – é apenas “aquela mulher”.

Será que tem “Gilmar Mendes” na Suprema Corte americana que vociferar contra a “obstrução à Justiça” de Obama?