Nos Estados Unidos, muitas coisas ainda são brancas e negras.

Meio século após o fim da segregação racial, as disparidades econômicas continuam separando as raças


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A manifestante Ieshia Evans, detida em julho em Baton Rouge (Luisiana) JONATHAN BACHMAN REUTERS / CORDON PRESS
Por AMANDA MARS - no EL PAÍS - Newark (Nova Jersey) 1 NOV 2016 - 18:43 BRST

Já não há nenhuma lei separando os afro-americanos dos brancos, e agora a diferença econômica separa os negros dos latino-americanos. Os que têm condições financeiras deixam as cidades segregadas, e a queda de receita fiscal deteriora as comunidades. Em lugares como Nova Jersey, fala-se em “apartheid” escolar. Em Newark, no ano passado soube-se que a água dos colégios públicos continha chumbo. A raça dominante é a verde, a cor dos dólares.

Na avenida Sussex, em Newark (Nova Jersey), veem-se poucos sinais de vida. Seja numa sexta-feira, num domingo ou numa segunda. Nem lojas abertas, nem gente nas ruas ou nessas casas humildes. O silêncio é ensurdecedor, só interrompido pela chegada das crianças de dois colégios da região e pelas atividades da igreja batista de Nova Esperança, onde um dia Whitney Houston começou a cantar. A avenida fica num bairro pouco recomendável para alguns, em transição para outros, mas certamente uma das zonas de maior concentração de população negra da cidade, uma das mais segregadas dos Estados Unidos.

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