EL PAÍS: Câmara quer alterar medidas contra a corrupção para livrar investigados pela Lava Jato

Acordão entre deputados tenta anistiar caixa 2 em campanha, o que beneficiaria políticos enrolados com a Justiça


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O relator Onyx Lorenzoni, na comissão especial.  CÂMARA DOS DEPUTADOS
AFONSO BENITES - Brasília 23 NOV 2016 - 23:23 BRST

Quando chegou na Câmara dos Deputados como uma iniciativa popular apoiada por mais de 2 milhões de cidadãos brasileiros, as Dez Medidas Contra a Corrupção elaboradas pelo Ministério Público Federal pareciam ser uma arma fundamental no combate ao crime que mais tem gerado manchetes de jornais nos últimos dois anos e que, indiretamente, resultou no impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). A cada dia, porém, novas ameaças apareceram e o primeiro esboço das medidas, que deveria ser encaminhado ainda nesta quarta-feira para o plenário da Casa, tem tudo para ser esfacelado. Ao invés de surgir como um enfrentamento à corrupção, poderá ajudar a beneficiar alguns dos políticos e empresários que já estão sendo investigados pela operação Lava Jato.
O principal ponto que deve ser alterado no relatório produzido pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) é uma anistia ao crime de caixa dois, que é a doação oculta e ilegal para campanhas eleitorais. Se o projeto for aprovado dessa maneira, boa parte dos políticos que estão sendo investigados pela operação Lava Jato poderão ser beneficiados com redução de penas, já que as apurações mostram que essa era uma das maneiras que empreiteiras pagavam propina para participarem do esquema que desviou bilhões de reais da Petrobras.

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